terça-feira, 5 de maio de 2009

Tópicos vídeo 7


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Arte Norte-Americana
Diana V. Almeida 
American Visions, Vídeo 7
“O Império dos Sinais”
2ª Guerra Mundial
Pearl Harbour e bombas atómicas (Hiroshima e Nagasaki, Agosto 1945): retaliação desmesurada ou meio eficaz de terminar conflito e poupar vidas (posição defendida por militar entrevistado)?
Hughes passeia pelo AMARC (American Military Aircraft Recycling Center), armamento obsoleto dos tempos da Guerra Fria
Pós 1945, 1950s e 60s incontestável hegemonia EUA – imagem paraíso triunfante e materialista vs. sentido de alienação do artista (vide comentário crítico de arte Clement Greenberg)
Expressionismo Abstracto / AbExp
i) mito do primitivismo, arquétipos primordiais como fonte inspiração, Carl Jung (vs. realismo social 1930s)
ii) surrealismo, “automatismo psíquico” (meio de acesso ao inconsciente) e “sentido de missão” (arte e vida como realidades inseparáveis) + artistas europeus expatriados NY durante período guerra (André Breton, Max Ernst, André Masson, Salvador Dalí)
iii) arte primitiva (expos Museum of Modern Art 1930s e 40s: culturas nativas da América do Norte e do Sul, arte africana e pré-histórica): aparente ausência de princípios composicionais, sinais totémicos sagrados, superfícies não limitadas por moldura, escala grandiosa
Jackson Pollock (1912-1956)
Paisagem épica, vastidão Oeste onde nasceu (artista afirma querer “ser a natureza”) + estilo inicial, congestionamento de sinais e garatujas (“Pasiphaë”, 1943) + influência arte pintores navajo (imagem construída vertendo areia na solo, possibilidade de artista entrar na tela) + “action or drip painting”, caminhar sobre a tela deixando cair tinta de pau (instrumento primitivo pode substituir pincel), harmonia gestual + equilíbrio entre a teia de espaço em branco na tela e a superfície com incrustações de pigmento+ 1949, Life Magazine consagra-lhe artigo que o catapulta para fama + vida buliçosa e morte precoce, “James Dean da arte” + estúdio de Pollock e sua mulher, pintora Lee Krasner (1908-1984), preservado como relicário, Springs (Long Island)
Mark Rothko (1903-1970)
Perspectiva teológica, arte abstracta com significado religioso, reverência do Sublime (Edmund Burke, 1757), busca de temas trágicos (drama e épica grega) e intemporais + pintura sem sentido de profundidade, planos de cor sobrepostos, com nuances cromáticas delicadas nas margens exteriores das superfícies rectangulares + luz difusa suas telas lembra Luminismo séc. XIX
Polémica: retórica empolada deste movimento artístico vs. esvaziamento de sentido. Ex. “Stations of the Cross” (1958), Barnett Newman (1905-1970), série minimalista sobre Paixão de Cristo
Wilhelm de Kooning (1904-1997)
Corpo como matéria prima, membros fragmentados, “Excavation” (1950) + críticos (traindo tb. xenofobia perante imigrante que entrara ilegalmente nos EUA, em 1926) acusam-no de ser demasiado figurativo, ex. série “Woman” 1950s, boca com dentadura sorridente (retirada anúncios publicitários) como centro visual quadro, proporções hiperbólicas, ausência profundidade, cores fortes e contrastantes
David Smith (1906-1965)
Escultura com ferro fundido (material da Idade da Máquina vs. mármore ou bronze), iniciada por espanhóis Júlio González (1876-1942) e Pablo Picasso (1881-1966) + colagem 3D de elementos reaproveitados, fusão Cubismo e Construtivismo com imaginário surrealista (sensação de encontro com uma personagem) + peças feitas à escala corpo humano, como figuras totémicas + ex. série “Voltri” 1960s
Cultura de Consumo
1950s: automóvel como escultura rolante, apresentado pela indústria de Detroit num pedestal rotativo, sob focos de luz + América gasta 20% PIB na indústria automóvel, americanos donos de 3 em 4 carros no mundo + simbolismo sexo e poder
TV: homogeneização cultural, “the American way of life” = imagens de desejo publicidade + narrativas condicionam fantasias individuais e colectivas
1959, Feira Comercial de Moscovo, EUA enviam cozinha modelo = mensagem política, democracia como sumptuosidade para massa populacional
Guerra Fria
Paranóia, ameaça ataque nuclear eminente, medo = instrumento controlo social (o inimigo interno: anti-comunismo) + mito do excepcionalismo, necessidade de auto-afirmação patriótica
Bandeira – acréscimo significado simbólico + Stars and stripes como objecto sagrado e em simultâneo banalizado no quotidiano (padrões de roupa, linguagem publicitária) = abstracção mais conhecida no mundo
Jasper Johns (1930-)
Série “Flag” (1954-55) transfere para universo americano questões teóricas levantadas por René Magritte (1898-1967) vide “Ceci n’est pás une pipe” (1928-29) e M. Duchamps (deslocamento ou transferência objecto/imagem de contexto trivial e recontextualização estética) = problematizar elementos invisíveis na cultura quotidiana. Técnica: tinta esmalte e encáustica (pigmentos cera tratados a quente). “Target with Four Faces” (1955): padronização do cidadão modelo vs. olho do poder em busca do desvio + alvos comentam indirectamente fobia clima da Guerra Fria, ameaça ao sujeito desprotegido
Joseph Cornell (1903-1972)
Acumula quinquilharia e bric-a-brac, catalogados no seu estúdio juntamente com cartas de amor fictícias a estrelas de cinema que nunca conheceu + constrói caixas como mundos em miniatura, fragilidade preservada pelo tampo de vidro vs. ameaça e desordem do mundo exterior + rigor formal exclui sentimentalismo
Robert Rauschenberg (1925-2008)
Dissolve barreiras inter-artes (pintura, escultura, actuação e dança) + tela agrega objectos vários ex. “Bed” (1955), quilt manchado com tinta vermelha, indício de assassinato, manifesto de impureza e violência + 1960s incorpora imagens dos media através serigrafia = desejo criar nova pintura histórica em escala panorâmica ex. “Retroactive” (1964), elegia após assassinato de J.F. Kennedy, (em tamanho gigante com dedo a apontar) combinado com outras imagens da cultura da época (como astronauta no espaço)
Cultura negra: Martin Luther King e Direitos Cívicos + escritores James Baldwin, Ralph Ellison e Richard Wright alcançam fama internacional vs. invisibilidade artista plástico negro (visto como abstracção social)
Romare Bearden (1912-1988)
Técnica colagem (dadaísmo Max Ernst 1920s + découpages Matisse 1950s) adaptada a escala maior, através ampliações imagens fotográficas – rostos recortados em fragmentos (recordam arte africana, máscara) + analogia ritmos blues e jazz = experiência quotidiana população negra do Harlem
Pop Art
Termo 1º usado por Richard Hamilton (ingl., 1922-) na colagem “Just What Is It That Makes Today’s Homes So Different, So Appealing?” (1956)
Ser americano = viver numa inflação permanente de desejo
Claes Oldenburg (1929-)
1961, loja Lower East Side, NY = paródia de galeria de arte, constrói objectos de consumo com materiais baratos + evocação do sentido de corporalidade + arquitectura do fast-food, hambúrguer como alimento com estrutura por camadas + esculturas públicas, “Clothespin” (1976)
James Rosenquist (1933-)
Começa por pintar outdoors publicitários na Times Square, NY, daí surge ideia de trabalhar fragmentos ampliados (tamanho dificulta decifração), ex. “I Love You with My Ford” (1961) + “F-111” (1964-65), pintura panorâmica com nome de bombardeiro estratégico usado Guerra Vietname, avião intercepta no seu movimento “bombardeamento” de objectos quotidianos = América como paraíso comprometido pela sua própria violência
Andy Warhol (1928-87)
Comenta produção em série da sociedade americana (ex. “Brillo Box”, 1964) e acesso à experiência através de estereótipos mediáticos (sacralidade substituída por celebridade) + estúdio Factory (indústria de produção da fama) atrai círculo criativo (documentado em filme por Warhol), ex. Velvet Underground (música em pano de fundo no vídeo) + ícones de Hollywood, políticos, músicos multiplicados como imagens de santos (iconografia religiosa vinda do catolicismo de Warhol), em serigrafias com marcas assumidas das imperfeições dos processos de reprodução mecânica + 1962-68 (ano em que sofre atentado) realiza seu melhor trabalho, segundo Hughes ex. “Gold Marilyn Monroe” (1962) e “White Burning Car III” (1963), obsessão com temática da morte + mantém silêncio enigmático em relação às suas obras que permite à sociedade contemporânea realizar uma série de projecções
1960s
Programa espacial e identidade expansiva América vs. fracturas raça, género, classe + Guerra Vietname + assassinatos políticos em série

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