Arte Norte-Americana
Diana V. Almeida
American Visions, Vídeo 6
“Aerodinamismo e
Filas para o Pão”
NY
Arranha-céus: expansão vertical,
nova Fronteira + vestir esquadrias de aço com Art Deco (Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes,
Paris, 1925) vs. estilo Bauhaus + código construção obriga a recuar
fachadas em altura, tratamento escultural da massa arquitectónica (influência
das pirâmides em socalco dos povos nativos América Sul, referências culto ao
Sol dos Maias) + processo construção como espectáculo performático, bailarinas
nas vigas
Chrysler Building, William Van Allen (1928-30):
emblema corporativo, alusão raios rodas automóvel e toucados radiador +
competição (com Bank of the Manhattan Company, Craig Severance) pelo edifício
mais alto; ganhou com “truque” da torre em aço
Empire State Building, Shreve, Lamb & Harmon
(1930-31)
Daily News Building, Raymond Hood (1929-31): hall
de entrada inspirado túmulo Napoleão + mundo no centro do olhar inquisitório da
imprensa
Rockefeller Center, vários arquitectos: 89,000 m2,
entre 48th e 51st Streets + 14 torres Art Deco
(1930-39) + 4 torres (1960s/70s) + incorpora obras de arte ex. alto relevo “News”,
Isamu Noguchi (1904-1988) e mural Diego Rivera (1886-1957), destruído devido
inclusão busto Lenine
Lewis Hine (1874-1940): fotojornalismo com intenções reforma
social + trabalha para National Child Labor Committee + documenta trabalhadores
heróicos, “anjos do risco e da perícia”, ex. Workers, Empire State Building
(1931)
Visão Distópica
Fritz Lang (1890-1976): cineasta
expressionista alemão, Metropolis
(1927) inspirado em NY
Hugh Ferris (1889-1962): The
Metropolis of Tomorrow (1929), desenhos esquemáticos de edifícios, como “túmulos
prismáticos”
New Deal
Franklin Delano Roosevelt
(1882-1945): 4 mandatos presidenciais (1933-45) + política intervencionista
keynesiana, WPA (Work Progress
Administration) cria agências estatais para intervirem em diversas áreas,
dinamizando economia afectada pela Crise anos 30 ex. FSA (Farm Security Administration) e seus fotógrafos (D. Lange, W.
Evans...)
Barragem de Hoover (1936): Black
Canyon do Rio Colorado (fronteira Arizona e Nevada) + maior estrutura betão
armado da época + símbolo poder de recuperação económica da América +
construção documentada por L. Hine
Jack Levine (1915-2010): realismo social + artista como
operário (ética do trabalho), construindo linguagem da democracia americana
Pintura
Jacob Lawrence (1917-2000): Harlem Renaissance + The Migration Series (1930s/40s), sob égide
WPA, balada visual de 60 quadros
relata experiência colectiva de migração negros, fugindo Sul (leis Jim Crow,
linchamentos, Ku Klux Klan) + influências storytelling
e uso da cor pela comunidade negra como forma de resistência quotidiana à
Depressão + contenção emocional (apesar pathos
experiências representadas) e formal (herança cubismo e Matisse: superfície
plana do quadro, figuras humanas como silhuetas, contrastes cromáticos)
Edward Hopper (1882-1967): desolação da paisagem urbana + Fronteira
deslocada para interior do ser, observador solitário substitui homem de acção +
“Early Sunday Morning” (1930), temporalidade introduzida pela representação da
luz no espaço plano das fachadas de small
town + “Room in New York” (1932), isolamento emocional figuras, narrativa
suspensa, slice of life + “New York Movie”
(1939), o tédio da arrumadora, fascínio pelo universo do espectáculo e
posterior influência nos filmes americanos (pintor dos cameramen) + “Nighthawks” (1942), moldura espacial da montra,
voyeurismo e mistério + “High Noon” (1949) e “A Woman in the Sun” (1961),
mulher Jo Nivinson como modelo, interacção epifânica figura feminina e raios do
sol + “Sun in an Empty Room” (1963), desaparecimento figura humana, palco vazio
antes da subida da cortina
Stuart Davis (1892-1964): sob influência do pai (jornalista e
cartoonista), vê-se como “espectador repórter” + “cubismo colonial”, retrata
elementos quotidianos da paisagem de consumo americana, “Odol” (1924),
precursor arte Pop, marcas comerciais como ícones de si mesmas + defende que
identidade nacional resulta confluência imigrantes (vs. posturas xenófobas do Regionalismo)
+ “Men without Women” (1932), projecto de mural para Rádio City Hall, NY +
“Swing Landscape” (1938), mural para complexo habitacional público WPA,
analogia visual com ritmos sincopados do jazz,
padrões abstractos em cores vibrantes
Regionalismo
Idealização nostálgica do
passado, Midwest como paraíso rural
Thomas Hart Benton (1889-1975): renega seu trabalho
modernista inicial, sob influência Cézanne + porta-voz do movimento
regionalista, contra decadência moral da cidade NY, propõe uma arte
genuinamente americana + mural do Missouri State Capitol (1936), versão
história do estado, grande elenco personagens (de Huckleberry Finn a David
Crocket), composição cinética (linea
serpentinata, Maneirismo séc. XVI) causa distorção proporções figuras
humanas, cor enfática + professor de Jackson Pollock
Grant Wood (1891-1942): realismo meticuloso dos pintores flamengos
séc. XVI + “American Gothic” (1930), lar como santuário da virtude, ambiguidade
mensagem (ironiza ou louva puritanismo?), pintura repetidamente citada pela
cultura visual americana posterior + comunidade artística em Stone City,
manisfesto Revolt against the City (1935) + paisagem evidencia
regressão à infância comunal, arcádia idealizada ex. “Stone City, Iowa” (1930)
vs. ameaça da máquina “Death on Ridge Road” (1935), colisão automóveis ameaça
idílio rural
Design
Linhas fluidas (“streamlined
shape”): utopia da mobilidade impressa nos artefactos quotidianos + fantasia =
função + iconografia de controlo e distensão vs. estagnação económica e fricção
social
Cord 810 Westchester Sedan (1936):
automóvel que exemplifica esta tendência + imitação linhas aerodinâmicas da
aviação
1939
Feira Mundial NY:
moto = “Tomorrow, now!” + Trylon e Perisphere (Wallace Harrison), voo até ao
futuro e controlo social benigno + Democracity, modelo gigante de futura metrópole
idealizada + Futurama (Norman Bel Geddes), exposição da General Motors, com
simulação de espaço urbano 1960s
The Wizard of Oz: filme da Metro-Goldwyn-Mayer, adaptando livro
infantil The Wonderful Wizard of Oz (1900), de L. Frank Baum
vs. Contexto Histórico
Início 2ª Guerra Mundial
1941, Pearl Harbour: entrada EUA
na guerra = consolidação hegemonia política + perda da inocência
Parabéns pelo blogue, Diana! Está informativo, variado e com um aspecto gráfico agradável. A cadeira deve ser muito interessante.
ResponderEliminarP.S.: Gosto imenso da pintura do Hopper. Ninguém melhor do que ele para transmitir visualmente a solidão das grandes cidades.
Um abraço, João (Mancelos)