sábado, 4 de abril de 2009

Manhatta( Charles Sheeler/Paul Strand)



Manhatta (1921) is a short documentary film which revels in the haze rising from city smoke stacks. With the city as subject, it consists of 65 shots sequenced in a loose non-narrative structure, beginning with a ferry approaching Manhattan and ending with a sunset view from a sky scraper. The primary objective of the film is to explore the relationship between photography and film; camera movement is kept to a minimum, as is incidental motion within each shot. Each frame provides a view of the city that has been carefully arranged into abstract compositions. (Wikipedia)

3 comentários:

  1. Filme interessante, ainda usa os métodos de introdução de cena do cinema mudo. A banda sonora é outro aspecto de interesse com a referência ao ritmo mecanizado a que a sociedade se moldou . Ao vê-lo pensei no seguinte:

    Babel - racial (imigração) e arquitectónica (tentiva de tocar o céu)

    tecnologia - funciona como extensão do homem como McLuhan refere,

    "After three thousand years of explosion, by means of fragmentary and mechanical technologies, the western world is imploding. During the mechanical ages we have extended our bodies in space. Today, after more than a century electric technology, we have extended our central nervous system in a global embrace, abolishing both space and time as far as our planet is concerned." (Marshall McLuhan, Understanding Media (1964), London Routledge, 2006, p.3)

    O sublime tecnológico (mais uma vez na arquitectura e na tecnologia)

    Sociedade representada pela massa de pessoas (como num formigueiro)

    Por fim questões ambientais (vários tipos de poluição)

    Manuela Fernandes

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  2. QUE LINDO SER, A MÁQUINA

    Que vídeo fantástico. Adoro os planos que fazem do Homem, como fora dito pela colega Manuela, uma "formiga" perto dos majestoso edifícios construídos no boom industrial dos EUA.
    Lembrei-me de uma série de coisas mais ou menos contemporâneas destas filmagens:

    - chaplin (claro) no seu Modern Times (1936), uma cena em que ele é "engolido" por uma máquina gigante numa linha de montagem, tal como aqui no filme vemos estas "formigas" a serem engolidas por estes colossos rectangulares.
    http://www.youtube.com/watch?v=IjarLbD9r30

    Na Europa:

    - os quadros da Gare de Saint Lazare de Monet (1887) onde todo o espaço, a estação e as pessoas que lá estão, são também engolidos pela máquina através do fumo tal como vemos no filme.
    http://amadeo.blog.com/repository/815025/2497971.jpg

    - na música a frenética orchestra meccanica do artista futurista italiano Marinetti com instrumentos construídos por Luigi Russolo, a Intonarumori (1913), considerado o primeiro teórico da música electrónica.

    - as grandes multidões a dirigirem-se para o mesmo destino, elas também mecanizadas lembram-me as fotografias do artista construtivista russo Rodchenko:
    http://faculty-web.at.northwestern.edu/art-history/werckmeister/April_15_1999/Rodchenko3.jpg
    Neste caso multidões movidas por um propósito político e propagantístico.

    É curioso também o facto de Paul Strand, pelo seu fascínio pelos frutos da industrialização ter sido contratado pela Ford para fotografar e produzir quadros das suas fábricas.

    Para terminar, o melhor exemplo de me lembrei na literatura e que liga na perfeição com estas imagens é a Ode Triunfal de Álvaro de Campos. Em baixo, um excerto do poema.

    (...)
    Ó tramways, funiculares, metropolitanos,
    Roçai-vos por mim até ao espasmo!
    Hilla! hilla! hilla-hô!
    Dai-me gargalhadas em plena cara,
    Ó automóveis apinhados de pândegos e de...,
    Ó multidões quotidianas nem alegres nem tristes das ruas,
    Rio multicolor anónimo e onde eu me posso banhar como quereria!
    Ah, que vidas complexas, que coisas lá pelas casas de tudo isto!
    Ah, saber-lhes as vidas a todos, as dificuldades de dinheiro,
    As dissensões domésticas, os deboches que não se suspeitam,
    Os pensamentos que cada um tem a sós consigo no seu quarto
    E os gestos que faz quando ninguém pode ver!
    Não saber tudo isto é ignorar tudo, ó raiva,
    Ó raiva que como uma febre e um cio e uma fome
    Me põe a magro o rosto e me agita às vezes as mãos
    Em crispações absurdas em pleno meio das turbas
    Nas ruas cheias de encontrões!
    (...)

    Sara Sardinha
    Nº 35176

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  3. Sara: Comentários e paralelismos muito interessantes. Só gostaria de registar aqui (já referido na aula) que foi o Charles Sheeler quem fotografou a fábrica da Ford.
    Diana

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