"Room in Brooklyn"
1932
(óleo sobre tela, 29x34)
I said fate plays a game without a score,
and who needs fish if you've got caviar?
the triumph of the Gothic style would come to pass
and turn you on--no need for coke, or grass.
I sit by the window. Outside, an aspen,
When I loved, I loved deeply. It wasn't often.
A loyal subject of these seconde-rate years,
I proudly admit that my finest ideas
are second-rate, and may the future take them
as trophies of my struggle against suffocation.
I sit in the dark. And it would be hard to figure out
which is worse; the dark inside, or the darkness out.
Edward Hopper (1882-1967), pintor norte-americano mais lembrado pelas suas misteriosas representações realistas da solidão na contemporaneidade.
Joseph Brodsky (1940-1996) poeta russo, expulso da URSS, naturalizado americano a partir de 1977, recebeu o Nobel da Literatura em 1987. Publicou em russo e em inglês, sendo Peizah a navodneniem (Paisagem Inundada) a sua última recolha em russo (1996). Joseph Brodsky nasceu no seio de uma família judia em Leningrad (hoje Saint Petersburg) filho de um fotógrafo profissional no Exército Soviético. Quando tinha 15 anos deixou a escola e tentou ingressar no "School of Submariners" sem sucesso. Subsequentemente teve vários empregos em hospitais, navios e expedições geológicas. Ao mesmo tempo, Brodsky passou por uma fase auto-didacta, onde aprendeu Inglês e Polaco, adquiriu um profundo interesse em filosofia clássica, religião, mitologia e poesia americana. Mais tarde, ele chega a admitir que adquiria livros onde ele os encontrasse, incluindo no lixo. Brodsky começou a escrever poesia e a fazer traduções em 1957, influenciado e encorajado por Anna Akhmatova. Foi preso em 1963, em 1964 foi acusado de "parastitismo" pelas autoridades soviéticas e mais tarde, em 1972, foi exilado para os Estados Unidos. O poema "I sit by the window" foi escrito em 1971 e faz parte de "Collected Poems in English" publicado em 2000.
A situação em que a sociedade se encontrava durante a Depressão, que está representado no poema de Joseph Brodsky e a representação do quadro de Hopper, em contraste, não podia ser mais evidente. Por um lado uma época negra e caótica por outro uma harmonia e paz presentes na tela.
Podemos relacionar a palavra "darkness" usada por Brodsky com a época negra que se vivia na Depressão, no verso "I said fate plays a game without a score," podemos contrastar com a situação vivida pelas famílias, antes da Depressão todas as famílias tinham acesso a todo tipo de bens, carro, frigorífico, casa, etc, mas a Depressão mudou radicalmente a vida quotidiana, perderam-se empregos, as famílias não tinham dinheiro, etc, "but who needs fish if you've got caviar?" a senhora que está pintada junto a janela mostra o inverso sentido e vivido da Depressão.
Sitiografia:
- http://www.mgrande.com/weblog/index.php/partosdepandora/comments/seria_hoje_dia_do_seu_aniversario/
- http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1987/brodsky-bio.html
- http://www.mfashop.com/hoiinbr1.html
- http://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Brodsky
- http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Hopper
Israel Vieira
N.º 38976
Problemas de correcção formal: vírgula entre sujeito e predicado "Os estudantes de Henri, tornaram-se artistas importantes, tornaram-se também conhecidos como a Escola de Ashcan de arte norte-americana" + confusão entre presente indicativo e pret. imperf. conjuntivo, gerúndio nunca tem acento "onde ele os encontra-se, incluíndo"
ResponderEliminargosto mt da relação intertextual proposta.
n se esqueça de contextualizar poema (data e etc.) e de propor análise formal de ambos os textos, aqui sugere apenas uma vaga relação...
Acho que corrigi os tópicos assinalados pela professora, se faltar alguma coisa diga.
ResponderEliminarQuanto ao contexto do poema, esta a ser um pouco difícil encontrar informações sobre ele, mas vou investigar mais durante o fim de semana e depois modifico o texto.
Israel
Olá,Israel! Concordo que existem muitos pontos de contacto entre o poema e o quadro, mas talvez por outros motivos. A paz e harmonia da tela parecem-me só aparentes e superficiais. Como é habitual na obra de Hopper, a figura humana encontra-se isolada e em sofrimento interior, o sofrimento da solidão das grandes metrópoles urbanas. Neste caso particular, o isolamento é agravado pelo rectângulo de luz que cerca a figura sentada à janela. E o que vê ela? Uma série de fachadas todas iguais que parecem prolongar-se para fora do quadro, e que acentuam a sensação de desespero e improbabilidade de mudança. Porque esta "nova fronteira Americana" é feita do sofrimento existencial da solidão. Assim, o dois últimos versos do poema parecem confirmar-nos tudo isso:"Estou sentado às escuras.E seria difícil de dizer qual é pior; se o escuro por dentro, se a escuridão de fora ".
ResponderEliminarEurico Matias, nº36402
Olá colega,
ResponderEliminarde facto concordo com o Eurico no seu comentário sobre o quadro. Ao olhar para ele dá-me uma sensação de angustia e solidão. Acho que o poema foi muito bem escolhido pois relaciona-se lindamente, apesar de, pelo que percebi, serem de contextos diferentes certo? Nova Iorque e São Petersburgo? Falaste um pouco sobre isso mas talvez possas falar mais.
Adoro o excerto que escolheste. Se traduzi bem, vai-se tornando tão angustiante, sufocante mesmo. Quase apetece invadir aquela “escuridão” e confortar o autor com palavras amigas. “Eu estou aqui. Não estás sozinho”. Da mesma maneira que apetece ir ter com a pessoa que olha fixamente para lá da janela e dizer “Venha para dentro, vamos conversar um pouco”.
Nicole Cotter nº 35169, Artes do Espectáculo
Concordo plenamente com ambas opiniões. Mas a minha intenção seria de enquadrar o poema e a pintura, no tópico sobre a Depressão, como sendo inversos um do outro... irei explicar melhor na aula.
ResponderEliminarAgradeço as vossas opniões e irei tirar proveito delas.
Israel Vieira, nº 38976
Hopper também pinta instântaneos emocionais, aqui não temos expressão facial e a expressão corporal não é muito evidente, mas temos aqui um momento de comtemplação. Nós que contemplamos o quadro e nos questionamos acerca da pessoa nele representada e essa personagem que contempla interiormente, a partir do luminoso no entanto só e isolado (talvez último) andar de um prédio, o mesmo que nós mas mais, ela tem acesso a um mundo que nos está vedado o do seu íntimo. Hopper faz isto muito bem, mostra-nos alguém na sua intimidade sem nos contar a sua história e mantendo-nos na ignorância acerca dela, é-nos permitido um olhar quase que indiscreto de outras vidas sem que nos sintamos omniscientes. Quanto à aparente simplicidade e frugalidade da existência talvez se possa relacionar com a depressão. Mas os últimos versos do poema e a sua escuridão, formam um nítido contraste com a luz que invade o quadro de Hopper. A solidão em Hopper do meu ponto de vista nunca é deprimente ou opressiva, ela é necessária e de certa forma reconfortante, dá-nos a oportunidade de um momento de reflexão o oposto da vida urbana e da correria do mundo industrializado e altamente tecnológico. Se quisermos relacionar com a depressão, ele providencia um momento de recobro e recuperação do ânimo para prosseguir perante a adversidade.
ResponderEliminarIsrael: Corrija, por favor, referência a bens de consumo e família americana, tal como foi sugerido na aula.
ResponderEliminarDiana