No âmbito da aula que vamos ter sobre o pintor Jackson
Pollock, quero apresentar-vos os materiais que pesquisei e outros do qual tive conhecimento noutras disciplinas do curso e que julgo serem
pertinentes.
Estas duas hiperligações (a primeira é o documentário e a
segunda é uma sinopse do mesmo) apresentam uma discussão à volta do
reconhecimento de uma obra como sendo do pintor Jackson Pollock.
Fonte |
O documentário aborda o
funcionamento do mundo da arte e faz uma crítica implícita aos seus procedimentos, em particular quanto ao reconhecimento da autoria das obras de arte, em que surge também o velho
antagonismo entre arte e ciência e a oposição entre classes sociais.
Aconselho também a acederem a esta hiperligação que remete para uma crítica do documentário acima referido. Apesar de o texto começar com linguagem vernácula, o seu conteúdo contribui para uma análise mais detalhada da obra do artista.
Mas tanta polémica porquê? Afinal, quem era Jackson Pollock?
Qual a importância das suas obras? Descubram nesta hiperligação.
(este post estava agendado para dia 18, no entanto, devido a um erro meu não chegou a ser postado.)
Bruna Brissos nº 148801
Boa tarde,
ResponderEliminarNão pude deixar de notar, ao ver e investigar sobre o caso, num dos aspectos que tornam o documentário um interessante objeto de estudo, o retratar da autenticação de obras de arte como processo, desde as suas causas - a falsificação (personificada por metade da dupla Drewe/Myatt) - ao desfecho.
Este assenta atualmente sobre três principais facetas: a documentação histórica, a análise estilística e o procedimento científico. É do peso inigual associado a cada uma destas facetas que surge a conflituosidade patente no documentário.
No caso do quadro de Teri Horton, a comprovação por via de documentação mostrou-se inviável - o único documento associado era o recibo de compra de Horton. É daqui que parte então a "luta" de que falaste entre o mundo científico - protagonizado por Peter Paul Biro, antenticador e conservador de renome - e o estabelecimento artístico - cujo representante é neste caso Thomas Hoving, ex-director do MOMA).
Os testes realizados- os quais, oclusivamente, este não nomeia - e resultados obtidos por Biro foram, tal como transparece no documentário, amplamente convincente. Este está explicitado em várias páginas do seu site pessoal, acessível a partir do seguinte link: http://www.peterpaulbiro.com/Teri's%20Find.html
Apesar disto, Thomas Hoving mostra-se impassível, declarando que "Scientists are very interesting, they’re … they come after the … the true connoisseurs. So fingerprints … all this stuff is … kind of that lovely “What if?”. But it’s not essential to the heart and the artistic soul of that thing and that has no Pollock soul or heart.”.
Em conclusão, apesar de provas - das quais, salienta-se, os testes laboratoriais constituíram apenas uma parte - terem aparentado ser quase conclusivas, estas mostraram-se insuficientes perante o poderio do estabelecimento artístico.
Poder-se-á pensar que o espectador e deixado com um sentimento unifacetado de injustiça - em par com o de Teri Horton, cujo orgulho e sentido de "rightness" lhe fizeram, até à data, recusar ofertas de cerca de nove milhões de dólares - no entanto, eu propunha tentativamente outra leitura. A de que se poderá paralelamente experienciar um sentido de justiça poética, advindo do facto de que (atendendo de novo à citação de Hoving) num mundo marcado pelo avanço da ciência, o reconhecimento de produtos da experiência Humana - tal como o é o quadro de Horton - depende ainda frequentemente da experiência e palavras de outra pessoa.
“It would be possible to describe everything scientifically, but it would make no sense; it would be without meaning, as if you described a Beethoven symphony as a variation of wave pressure.” - Albert Einstein
Deixo ainda, como sugestão de vizualização, os nomes de duas séries da BBC que achei que te pudésse ser de interesse - "Fake or Fortune?" e "Britain's Lost Masterpieces".
- Lily Kingston Chadwick, nº145710
*pudessem
EliminarGrata pela partilha do documentário, Bruna, e pelo comentário ao mesmo, Lily. De facto, as políticas dos mercados de arte contemporânea parecem ligar-se mais a práticas especulativas do que a considerações estéticas.
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