domingo, 1 de novembro de 2015

Walker Evans e Charles Simic

Walker Evans, Couple at Coney Island, N.Y. (1928)
© Walker Evans Archive, The Metropolitan Museum of Art



Couple at Coney Island

It was early one Sunday morning,
So we put on our best rags
And went for a stroll along the boardwalk
Till we came to a kind of palace
With turrets and pennants flying.
It made me think of a wedding cake
In the window of a fancy bakery shop.

I was warm, so I took my jacket off
And put my arm round your waist
And drew you closer to me
While you leaned your head on my shoulder.
Anyone could see we'd made love
The night before and were still giddy on our feet.
We looked naked in our clothes

Staring at the red and white pennants
Whipped by the sea wind.
The rides and shooting galleries
With their ducks marching in line
Still boarded up and padlocked.
No one around yet to take our first dime.

(poema de Charles Simic)



Walker Evans
Walker Evans (1903-1975) fotografou durante seis décadas. Da sua enorme paixão pela literatura moderna Inglesa e Francesa, aprende uma forma extra-sensível de observação social, assim como técnicas específicas para captar a essência do detalhe e para revelar ironias e paralelos de determinadas cenas. Em 1928, entrega-se ao seu hobby de infância: a fotografia.
Durante cerca de 60 anos, a fotografia de Evans procurava a captar a essência da vida americana: as pessoas e o seu quotidiano, o que vestiam, o interior e exterior das suas casas, o crescimento e o progresso das cidades. As suas fotografias caracterizam-se por serem “straight photography” não só na técnica, mas também na objectividade rigorosa da sua forma de olhar, sendo consideradas como documentos sociais. O poder do trabalho de Evans reside no facto de que ele detalha tão bem os efeitos das circunstâncias nos seus modelos que o rosto, a casa ou a rua representam a força de milhares de rostos, de casas e de ruas. Desta forma, a fotografia de Walker Evans muda a forma como os Americanos encaram não só a fotografia, mas também o seu próprio país.


( Aconselho a visualização deste vídeo para conhecerem um pouco mais sobre a fotografia de Walker Evans)


Charles Simic
Charles Simic (8 de maio de 1938) é um poeta sérvio-americano. Cresce em Belgrado (Sérvia), no decorrer da Segunda Guerra Mundial, o que iria influenciar grandemente a sua poesia. Em 1954 emigra com a família para os Estados Unidos, e aos 21 anos, inicia o seu percurso literário. Desde a publicação da sua primeira colectânea poética (What The Grass Says, 1967) publicou mais de sessenta livros (poesia, prosa e traduções) e recebeu vários prémios, entre eles o Prémio Pulitzer de 1990. Em 2007 é nomeado o 15º Poet Laureate e actualmente é professor na Universidade de New Hampshire.
A sua poesia desafia a linha que divide o ordinário do extraordinário, conferindo consistência e substância a objectos do quotidiano. A imaginação de Charles Simic é deslumbrante e incomum; ele lida com a linguagem com a habilidade de um mestre-artesão, mas mantendo a sua poesia acessível e altamente organizada.
O poema que escolhi para análise insere-se na sua colectânea poética intitulada Night Picnic (2001).

Intertextualidade
Quanto à ponte intertextual, estabeleço-a através da objectividade na representação: Evans pela abordagem directa no registo fotográfico (“straight photography”), retratando a sociedade americana numa determinada época através de símbolos, e Simic pela construção narrativa objectiva, com linguagem simples e sem recurso a artifícios estilísticos. Não obstante o seu carácter objectivo (“straightforward”), o poema funciona como uma écfrase da fotografia de Evans, devolvendo às figuras representadas a sua individualidade e conferindo-lhes uma história, sensações e sentimentos.



Patrícia Silva, nº41166
Apresentação 3 de novembro de 2015.






Bibliografia:

CRUMP, James. Walker Evans : decade by decade. Cincinnati, Cincinnati Art Museum: 2010
EVANS, Walker. Walker Evans : american photographs. New York, The Museum of Modern Art: 1988
CARTIER-BRESSON, Henri. Henri Cartier-Bresson, Walker Evans : photographing America, 1929-1947. London, New York, Thames & Hudson: 2009
ROSEINHEIM, Jeff L. Unclassified: A Walker Evans Anthology. Zurich; Berlin; New York; Scalo. The Metropolitan Museum of Art: 2000.



Sites Consultados:




1 comentário:

  1. Desejos@s de ouvir a sua apresentação, Patrícia, em especial para descobrirmos de que modo o texto verbal ilumina o texto visual!

    ResponderEliminar