Bruce Nauman One Hundred Live and Die (1984) Naoshima Contemporary Art Museum
Bruce Nauman
É um dos artistas mais
versáteis dos EUA. Começou a sua carreira nos anos 1960 e desde então tem vindo a
misturar Minimalismo, Conceptualismo, performance e vídeo nas suas obras.
Concentra-se no comportamento das pessoas como ponto de partida para a criação, a partir de sessões de pesquisa e momentos de reflexão, tendo em conta os
seus interesses políticos e éticos. Daqui resulta a criação de uma obra que
pretende servir como espelho, refletindo o individual e, mais tarde, o plural (o público).
Song of Myself, Walt Whitman
Have you practiced so long to
learn to read?
Have you felt so proud to get
at the meaning of poems?
Stop this day and night with
me and you shall possess the origin of all poems,
You shall possess the good of
the earth and sun, (there are millions of suns left,)
You shall no longer take
things at second or third hand, nor look through the eyes of the dead, nor feed
on the specters in books,
You shall not look through my
eyes either, nor take things from me,
You shall listen to all sides
and filter them from yourself.
Relação obra/poema
A obra de Nauman One Hundred Live and Die apresenta-nos
cem propostas de vida, todas com o mesmo fim. O contraste entre a vida e
morte é assim explorado num cenário pouco habitual. Através do jogo de luzes néon
aliadas ao texto é criada uma tensão entre o espaço físico em que se encontra a
obra e o psicológico, o que resulta na impossibilidade de o espetador ficar indiferente, pois ele próprio é também criador da obra. Com base nesta última
ideia, poderá ser mais fácil a compreensão de Whitman e a sua maneira de ver o corpo,
convidando-nos a encontrar a origem da criação — “Stop this day and night with me and you shall possess the origin
of all poems”.
Maria Rocha
Curiosamente estabeleço a ponte intertextual através do último verso do excerto ("You shall listen to all sides and filter them from yourself"), pois tal como disseste, nesta instalação de Nauman são apresentadas/propostas cem maneiras de viver, todas com o mesmo fim. Cabe portanto ao espectador/leitor assimilar todas e descobrir qual é a mais verdadeira para si, recusando assim pensamentos ou ideologias "emprestadas" (tal como o poeta descreve nos dois versos que antecedem o supracitado).
ResponderEliminarConfesso que fiquei curiosa para saber como é q o diálogo entre as duas obras explora a questão da corporalidade, pois parece-me (e esta é apenas a minha visão totalmente subjectiva) que os dois estabelecem mais um jogo com o psicológico do espectador/leitor.
Bom trabalho :)
Patrícia Silva, n°41166
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