domingo, 22 de novembro de 2015

James Rosenquist e Ilya Vedrashko


James Rosenquist, President Elect, 1960-61/64



Como outros artistas Pop, James Rosenquist (1933-) começou a sua carreira como pintor de cartazes publicitários. A sua experiência como artista comercial treinou-o no vocabulário visual da cultura de massas. Do seu  trabalho destaca-se o icónico F-111 (1965), uma obra que comenta as relações entre o belicismo imperialista e a cultura de consumo.







Where do you want to go today?
Obey your thirst. Have it your way.
Reach out, think outside the bun.
Just do it. Prepare to own one.

Expect more, pay less,
Tastes great, less filling.
Flick my Bic, experience success.
Got milk? Go get the feeling.

Let your fingers do the Dew,
Invent the ultimate driving machine.
You are due, definitely due.
Think, but please don’t squeeze the Charmin.

Think different. Think small.
I can't believe it's not butter.
Mama mia, thatsa spicy meatball!

Friends don’t let friends
melt in your mouth,
not in your hands.

What happens here, stays here.
Some of our best men
are women -
no fear.

The quicker picker-upper
takes a licking
and keeps on ticking -
my wife. I think I’ll keep her.

More casino - more fun,
Ask the man who owns one.

Live richly. Have a coke and smile.
When you’ve got it,
flaunt it.
Be yourself for a while.

A diamond is not
just for breakfast
anymore. Hot.

We try harder. Nothing comes
between me and my Calvins.
Fun anyone?

Wassup?! Can you hear?
Me? Now? In your mirror
the objects are closer
than they appear

Finger-lickin' good connecting people
think outside the box, share moments, share life,
never follow, eat fresh,
look sharp, feel sharp, think different,
invent the way to fly.

I’d walk a mile for a camel
And put a tiger in your tank.
I really enjoy my flannel
And also love a hearty spank.

por Ilya Vedrashko, poeta/advogado do consumidor

Intertextualidade
       A obra President Elect (1960-61/64) inclui um retrato de John F. Kennedy tirado de um poster da campanha presidencial de 1960. Kennedy foi o primeiro candidato a presidente a usar de modo efetivo os meios de comunicação de massa na sua campanha, e a pintura é sobre “a man advertising himself”, segundo Rosenquist. De modo absurdo, Rosenquist justapõe o retrato com fragmentos de imagens de consumo da classe média - imagens publicitárias retiradas da revista  Life. A interrogação com que nos deixa é a seguinte: “Here is this new guy who wants to be President of the United States… What is he offering us?".
       O poema escolhido refere-se ironicamente ao universo publicitário e ao consumo em massa despoletado pela supremacia económica dos E.U.A., após a segunda guerra mundial. A publicidade passa, então, a ser o motor da economia e os cidadãos o alvo de constantes ofertas aliciantes. Um estudo recente descobriu que pelos 16 anos o típico americano já terá visto quase seis milhões de anúncios; isso traduz-se em mais de um anúncio por minuto. Tal bombardeamento comercial implacável exerce um efeito poderoso sobre a cultura em geral. Tornamo-nos especialistas de slogans publicitários. “Just do it”, “Have it your way”, “I’m lovin’ it” são frases que todos nós conhecemos e integramos no discurso quotidiano.
       Alguns críticos defendem que a escolha de imagens da Pop Art louva o mercado capitalista, enquanto outros sublinham um elemento de crítica cultural, a ponto de a arte ser apresentada como mais uma mercadoria.

Bibliografia
http://www.jimrosenquist-artist.com/?q=node/41
http://adverlab.blogspot.pt/2007/03/friday-special-inherent-poetry-of.html
http://www.theartstory.org/movement-pop-art.htm
https://dash.harvard.edu/bitstream/handle/1/8846775/Frantz,_Gregory.pdf?sequence=1

Ricardo da Silva, nº 52360

1 comentário:

  1. Achei extremamente interessante a escolha do texto verbal por ser constituído por slogans de grandes indústrias ou de produtos específicos e é muito ilustrativo do bombardeamento publicitário que, ainda hoje, recebemos. E também é muito interessante ver como o mesmo se interliga com o texto visual, já que parece exacerbar o carácter cada vez mais capitalista da sociedade americana após a Segunda Guerra Mundial (em resposta ao comunismo).

    Estou muito curiosa para ver a apresentação :)

    Patrícia Silva (nº41166)

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