terça-feira, 17 de dezembro de 2013

domingo, 15 de dezembro de 2013

19 Dez. 16h ICA

Is it Possible to Be a Realist About Quantum Theory?

John Jean, Fulbright Professor at FLUL 2013 
This will be a general overview of the basic tenets of quantum theory and some of the philosophical problems it poses. Many of these problems have historical importance for the development of 20th century physics and are still very active topics of debate and research today.
This talk will take place at ICA, December 19, at 4 p.m. Please, do come and invite all your scientific minded friends to join us.

18 Dez. Workshop ESCRITA CRIATIVA


Bem sei que esta é uma época difícil para abrirmos a nossa agenda a (ainda) mais compromissos. No entanto, não posso deixar de recomendar este workshop, criado para aproveitar a estadia impromptu de M. Zucker. Também eu estou submersa em trabalho (e cansaço) e lá estarei.
 
Professor Marilyn Zucker, of Stony Brook University in New York, will lead a 2 hour workshop in autobiography and personal narrative. We'll discuss issues central to the genre of autobiography and engage in the process of 'free writing' to develop ease of writing personal narratives.

The workshop will take place on Wednesday, December 18 at 2:30pm in Anfiteatro III, FLUL.

Please register in advance at centro.ang@fl.ul.pt.

Guerrilla Girls

Como o blogue  já voltou na normal e posso colocar um post, aproveito para vos mandar este poster de 1989, de um grupo feminista de artistas que se chama Guerrilla Girls.



Este grupo tem algumas ações muito interessante,  descobri há pouco tempo através deste poster (que penso relacionar-se muito com as temáticas que temos vindo a explorar na aula), e aconselho-vos a ver o vídeo "INTERVIEW WITH EL PARLANTE AMARILLO" December, 2009 que explica  o conceito e as origens do coletivo. Podem aprofundar as vossas pesquisas a partir do link, é o site oficial.
Lorraine

sábado, 14 de dezembro de 2013

TESTE

Conforme combinado, o teste (com consulta de material impresso) vai decorrer dia 8 de janeiro, de 2014, entre as 10h e as 12h (com meia hora de tolerância), na sala 4.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Conceitos de Género e Sexo

Para aprofundarem os conceitos de género e sexo, podem consultar Feminist Perspectives on Sex and Gender da autoria de Mari Mikkola, no site da The Stanford Encyclopedia of Philosophy, um excelente recurso bibliográfico que vos aconselho a consultar em futuros trabalhos de investigação.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Radical Women

Vejam, nas TED Talks, a palestra da Kavita Ramdas, "Radical women, embracing tradition",
e estabeleçam um diálogo entre este discurso e o artigo da Linda Nochlin. “Why Have There Been No Great Women Artists?". Sugiro, pois, como foi dito na aula, que me apresentem o esquema com as ideias-chave de cada um destes textos e também um comentário pessoal sobre ambos. [Os esquemas poderão ser entregues em mão, na aula de 16 de dezembro, o vosso comentário, por email, até à mesma data.]

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Bruce Nauman / Tony Barnstone



"Parable in Praise of Violence"
Thanks for the violence.
[…]
 The good machine is simple, few moving parts,
an efficiency of what’s preserved and what is wasted,
so with each shot the recoil cocks the gun to shoot again,
then recoil, cock and shoot again, recoil, cock,
and so on till the target buys it, or your ammo’s spent.
 Thanks for the poem, which is really a little pistol:
load and cock, point and aim, then the trigger,
the hammer, the powder, the discharge, the bullet,
the target, the recoil, the crime. No smoking gun
just ballistics, caliber, powder marks, the question
why.
 My life is like a loaded gun, and when I aim it at you
I hope to take off the top of your head,
no safety on, no playing nice, just the spark,
the flash, the damage, just red American
cherry pie violence. So, thank you
[…]
                                                                         
Tony Barnstone, from The Golem of Los Angeles.

Bruce Nauman (nascido em 1985, em Indiana) é um artista que recorre a vários media para abordar as temáticas recorrentes da violência e da representação do corpo — realiza fotografia, vídeos-performance, esculturas e instalações. A obra que vou analisar, Double Poke In The Eye II (1985), insere-se nesta última categoria: é uma instalação em néon que representa duas cabeças frente a frente, de cada uma delas sai uma mão que desenha um revólver com os dois primeiros dedos esticados e o resto dos dedos dobrados. O indicador “fura” [poke] o olho da outra figura e vice-versa. Esta acção repete-se: a vítima é também, por sua vez, agressor. Violência sem fim, como um jogo absurdo e cruel. A ação é sublinhada pelas cores lúdicas, em contraste irónico com a violência da cena representada.

Tony Barnstone é um escritor estado-unidense que reflete sobre a violência, nomeadamente a guerra. Na antologia The Golem of Los Angeles (2007), trabalha sobre o quotidiano da América, marcado pelo confronto, como é evidente no poema “Parable in Praise of Violence”. Yusef Kormunyakaa tece o seguinte comentário sobre o estilo deste autor: “Plainspoken and magical, this poet knows how to make imagination and the real world collide softly”.

Bruce Nauman e Tony Barnstone propõem um percurso interpretativo semelhante: a violência é criticada sendo simplesmente exposta, oferecida diretamente ao espetador e ao leitor para reflexão, sem uma crítica direta, em forma de experiência. Trata-se de uma estratégia para denunciar uma realidade que surge todos os dias no mundo atual e que tentamos esquecer. Estes artistas lembram-nos que o mundo apresentado não difere assim tanto da nossa experiência de vida. A violência existe em muitos campos, reais e imaginários. Nauman e Barnstone exprimem a mesma crítica da violência em duas épocas diferentes (Double Poke In The Eye é de 1985, Parable In Praise Of Violence, de 2007), o que nos faz refletir sobre a América, e mais amplamente sobre o mundo atual.
Apesar de estas obras distarem mais de duas décadas entre si, Nauman e Barnstone recordam-nos — através de elementos narrativos e da ironia — o caráter omnipresente da violência, não só nos EUA, mas também na sociedade contemporânea, e convidam-nos a encarar esta realidade. Ambos nos lembram que, em vez de fecharmos os olhos, devemos ter a coragem de nos confrontarmos com este facto. O espetador é, assim, convidado a posicionar-se no mundo, à semelhança do que escolhem fazer os artistas.

Ad Reinhardt / Heidi Mordhorst


Ad Reinhardt / Heidi Mordhorst



Abstract painting #5, 1962 | Ad Reinhardt | 1962

Abstract Painting, 1962



Night Luck
Night is deep in a dark box
deep in a cushion of down
nestled in tissue
tied with ribbons
Night is asleep in the dark

Night wakes with curious paws
wakes in a furry fog
wrestles the tissue
nibbles the ribbons
Night is awake in the dark

Night tumbles in velvet directions
tumbles along to your bed
sniffing your wishes
wagging your worries
Night is a friend in the dark


Ad Reinhardt (1913-1967)                                                                                              
 Reinhardt foi um artista estado-unidense que pertenceu ao movimento artístico Expressionismo Abstracto e desde cedo manifesta interesse pela arte, especialmente pelo desenho. Estuda em Nova Iorque história da arte, pintura e literatura. Influenciado pelo cubismo bem como por Henri Matisse, inicialmente a sua obra caracteriza-se por figuras geométricas de cores vivas e colagens a partir de ilustrações de jornais. Em 1937, adere ao grupo American Abstract Artists (AAA) que organiza uma série de exposições. No início de 1940, a sua pintura adquire um carácter expressionista, com múltiplos traços em várias direções, sobre um fundo monocromático. Com o passar dos anos, a obra do artista simplifica-se através da combinação de formas geométricas com uma palete cromática progressivamente reduzida, e, na década de 1950, Reinhardt radicaliza por completo a sua pintura e explora-a em variações monocromáticas, em branco, azul e vermelho. Estas variações vão culminar com a série de pinturas escuras, próximas do preto, iniciadas em 1953.  Em 1947, torna-se professor na Brooklyn College até ao ano da sua morte.

Heidi Mordhorst
É uma professora de literatura e poetisa Nova-Iorquina que leciona atualmente nesta cidade.

 Relação entre o poema e a obra
“Uma obra de arte começa por se manifestar suscitando perplexidade(...). No primeiro embate com ela sentimo-nos desarmados.” Palácios da Memória II, Pedro Abreu.
Penso que a perplexidade se manifesta quando nos deparamos com Abstract Painting e Night Luck. Somos quase que obrigados a parar e a olhar novamente para a pintura, a ler novamente o poema. Ambos estabelecem uma relação simbiótica, na medida em que apresentam uma temática semelhante, o mistério. O mistério revela-se em ambos assim como sugere o poema “Night is deep in a dark box”. Caixa negra que nos seduz e confunde pois os nossos conhecimentos sobre o mundo não se mostram aqui eficazes para podermos destrinçar sentidos. Pode até parecer que o seu propósito não suscita dúvidas, mas a forma em que é apresentada (pendurada sobre uma parede branca) é que nos confunde, assim como diz o poema: “tied with ribbons”. Então, interrrogamo-nos sobre o sentido da noite e porque razão esta é retratada pela poetisa como é enfatizado no poema: “Night wakes with curios paws”.  A noite, a meu ver, representa aqui todo o universo do mistério e daquilo que está além do nosso olhar assim como no quadro. “Furry fog” pode representar a nossa batalha psicológica diante da obra. Será apenas uma tela preta que vemos? Tal como a noite se estende em várias direções,“Night tumbles in velvet directions”, também a tinta negra cai na “caixa preta”  da pintura, aplicada em várias camadas sobrepostas, num movimento que anima a tela “Night is awake in the dark”. Desta forma, Reinhardt e Mordhorst  convidam-nos a entrar no nosso inconsciente:  a explorarmos os nossos desejos “sniffing your wishes”, a fim de tentarmos descodificar  os laços “tissues”  presentes na “caixa negra”. Então, e embora a “caixa negra” seja  misteriosa, ela é única e diferente das outras.  No entanto não deixa de merecer a nossa atenção: “Night is a friend in the dark”.


O seguinte vídeo desvenda alguns dos "mistérios" de Abstract Painting , 1962



Sitiografia:


Sofia Faria nº46570

sábado, 7 de dezembro de 2013

Robert Rauschenberg, 'Plus Fours' (1974)

Podemos observar um painel com três tecidos de cetim, dois deles com uma cor castanha viva e o do meio com uma cor castanha mais gasta. Esta técnica é chamada a impressão em tecido, ou serigrafia.
Em dois dos painéis visualizamos dois baldes de metal, e em cima destes uma asa delta.

Nesta peça a asa delta representa a ideia de liberdade e de leveza.


Há um contraste entre a harmonia entre o voo da asa delta e o peso representado pelos baldes de ferro, numa oposição significativa entre o contexto imaginativo e real.


Neste poema o sujeito poético está envolvido na actividade de cortar relva; neste seu trabalho repetitivo começa a sonhar com o mar, com penínsulas, visualizando as diferentes geografias e viajando no tempo. De facto, o sujeito poético esquece-se de que está a cortar a relva, pois de repente é confrontado com a realidade, quando sente o cheiro a gasolina. Entretanto, continua a sua tarefa, embora continue a recordar a visão que teve.









Poema Diluvian Dream – Wilmer Mills



All afternoon I walk behind the mower,
Imagining, though paradoxically,
That even though the grass is getting lower,
What I have cut is like a rising sea;
The parts I haven’t cut, with every pass,
Resemble real geography, a map,
A shrinking island continent of grass
Where shoreline vanishes with every lap.

At last, the noise and smell of gasoline
Dispel my dream. What sea? Peninsulas?
They were the lands my inner child had seen,
Their little Yucatáns and Floridas.

But when I’m finished, and Yard goes back to Lawn,
I can’t help thinking that a world is gone.


Na obra de Rauschenberg a asa delta representa a vontade de voar mais alto, de atingir outros pensamentos, eventualmente de modificar mentalidades. Os baldes de metal remetem para a terra, ou seja, podemos considerar que o sonho tem duas partes, a fantasiosa e a real, na medida em que quando estamos a sonhar somos transportados para outras dimensões distantes, mas no mundo real acaba por nos chamar de volta. Também no poema observamos esta dinâmica entre sonho e realidade, na medida em que o sujeito poético sonha com " penínsulas", o seu prensamento voa tão alto e tão distante como a própria asa delta presente na obra visual.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Convite palestra

No presente semestre, temos tido a lecionar na FLUL John M. Jean, um Prof. Fulbright que irá dar uma palestra na 3ª feira, dia 3 de dezembro, às 17 horas, no ICA (Instituto de Cultura Americana, 2º andar, perto Departamento de Estudos Anglísticos), em articulação com o programa do nosso American Corner.

Com o título "Ethical Issues in the Age of Rapid Technological Advancement", pretende proporcionar uma introdução ao modo como se interligam ética e tecnologia, com especial ênfase no seguinte:

"ethical challenges relating to the field of molecular genetics and also the use of drone aircraft for domestic surveillance and military purposes, two examples useful for introducing some very basic aspects of various ethical frameworks".

sábado, 16 de novembro de 2013

Consumo(s)




Eis a música dos Repórter Estrábico e o respetivo vídeo (1999), "Mamapapa", ironizando a loucura da sociedade de consumo, numa abordagem próxima daquela adotada pelos artistas Pop nos EUA, como comentámos na aula.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Larry Rivers: Parts of the Body: French Vocabulary Lesson III


A obra a ser analisada parece não ser nada mais do que um simples esboço feito por Larry Rivers (1923-2002), que não prosseguiu para a sua fase seguinte mas foi exibida como uma pintura em seu estado final; porém após analisar as suas outras obras da mesma serie, me questiono sobre a genuinidade do conceito "esboço" aqui empregado por mim e por outras criticas, será este estado final da obra em sua totalidade e o facto de parecer um esboço a define como esboço? São perguntas que nos faz reflectir sobre o que é uma obra finalizada. A intenção do artista sempre foi criar apenas um a obra que de facto pareça um esboço, chegamos a essa conclusão facilmente ao observar as outras lições de sua série; que possuem uma enorme proximidade e esse senso de 'inacabado'. Parts of the Body French Vocabulary Lesson III é apenas uma peça de uma serie de quadros que exploram o idioma francês face as diversas partes do corpo humano (como o próprio titulo mostra), como se fosse um estudo anatómico. Abrindo e explorando o desenho sem se preocupar com ele, mas sim em transmitir a "lição"; pois se a mulher tivesse uma personalidade (ou pelo menos se esta personalidade estivesse em causa), seria algo desafiador da parte dela, apesar de suas feições estarem longe dos padrões de beleza expostos ela "encara" o voyeur e senta-se numa posição nem sequer masculina, mas ousada por si só e bastante à vontade.
Uma tela parcialmente pintada onde a simetria praticamente não existe, e a espontaneidade reina na pintura.

Ao observar a tela é impossível não ouvi-la. Abaixo encontra-se uma leitura das partes do corpo em francês e português. É essencial ouvir as palavras e sentir a obra, como uma lição, um processo de aprendizagem da linguagem; uma aula.


Quanto ao porque da utilização e escolha do idioma, é difícil responder a tal questão, uma vez que Rivers não tem nenhum contacto directo com a cultura francesa; a não ser um trabalho artístico sobre a relação da América e a França com o artista suíço Jean Tinguely. Tudo indica que ele tenha aprendido o que sabe sobre francês com Tinguely; mas tudo o que posso fazer nesse aspecto é especular, pois mesmo em sua biografia oficial não há relatos sobre posterior contacto com a língua.

  No que diz respeito a poesia, estarei relacionando um poema escrito por Heather McHugh sobre a linguagem,  as a lesson. Que foi publicado no livro Hinge & Sign Poems entre 1968 - 1993, mas pelo seu titulo podemos deduzir que este poema em especial foi escrito em 1976, doze anos após Larry Rivers ter "finalizado" a sua obra. O poema fala sobre liberdade e sobre "going too far" e essa é uma realidade existente na pintura, o comportamento da mulher criada por Rivers expressa todo esse senso de liberdade e "pushing boundaries". Assim como o prazer, que no poema é ambicionado por uma criança, a mulher da pintura parece buscar o mesmo tipo de prazer, porém em uma diferente frequência, talvez o prazer sexual, pelo seu corpo nu. Outro aspecto importantíssimo é a definição da linguagem pelo auto que explicitamente revela a linguagem como um jogo, e Rivers não faz outra coisa a não ser brincar com as palavras, transformando as letras em uma dinâmica rítmica que oscila entre o corpo de sua "modelo". Por fim, uma relação mais sólida que liga a obra ao poema seria o antepenúltimo verso: "Make nothing without words", a importância das palavras é sem duvida exagerada e cai perfeitamente sobre a pintura, pois vemos que as palavras são super-estimadas na obra de Rivers.

"Language Lesson 1976"

When Americans say a man
takes liberties, they mean

he’s gone too far. In Philadelphia today I saw
a kid on a leash look mom-ward

and announce his fondest wish: one
bicentennial burger, hold

the relish. Hold is forget,
in American.

On the courts of Philadelphia
the rich prepare

to serve, to fault. The language is a game as well,
in which love can mean nothing,

doubletalk mean lie. I’m saying
doubletalk with me. I’m saying

go so far the customs are untold.
Make nothing without words,

and let me be
the one you never hold.

A informação sobre a vida e historia do artista, constará na apresentação oral e nos slides.
Outras obras da série (para reflexão e comparação):




















Parts of the Body French Vocabulary Lesson (1961)


















Portrait of Sunny Norman: Parts of the Face (1963)










Parts of the Face: French Vocabulary Lesson (1961)





Palavras-chave:

NUDEZ             |             LÍNGUA             |             FRANCÊS             |             IRREGULAR
             AUTO-REFLEXIVO             |             CORPO             |             MULHER
ESBOÇO             |             INCOMPLETO             |             APRENDIZAGEM             

Deixo-vos o site oficial do Larry Rivers e aconselho-vos a dar uma boa olhada no trabalho e biografia do artista.

Por: Max Pinheiro

domingo, 10 de novembro de 2013

Comentário de Office at Night (1940)


Edward Hopper (1882-1967) destacou-se dos pintores da sua geração por assumir um estilo realista não militante, em contraste com os chamados Regionalistas, que retratavam uma ruralidade idílica e conservadora, e com os pintores muralistas, conotados com ideais socialistas. Na sua obra, o sujeito coletivo idealizado dá lugar a retratos de indivíduos solitários, por vezes, no contexto de espaços interiores demarcados por linhas arquitetónicas rígidas, como é o caso de Office at Night.
Este quadro é composto por uma série de molduras que indiciam a separação entre as figuras representadas e, em simultâneo, apontam para a própria problemática da representação, ou seja, cumprem uma funcionalidade auto-reflexiva. Cruamente iluminada, e ainda assim atravessada por linhas de luz e por zonas de sombra densa, a sala do escritório aparece delimitada, à esquerda, por uma partição e, à direita, por uma janela aberta, ecoando a porta entreaberta frente à qual se situa, num esvaziamento simbólico do espaço. As formas maciças das secretárias, juntamente com o retângulo do arquivador manuseado pela figura feminina, apontam ainda para uma espacialidade de intenções pragmáticas, despojada de subjetividade.
Como é recorrente na obra do artista, o quadro indicia uma narrativa suspensa (simbolicamente representada pela folha de papel caída no chão), pelo que nos podemos interrogar sobre os elos entre as personagens retratadas, sobretudo tendo em conta as conotações eróticas associadas ao trabalho noturno no escritório e à relação entre secretária e chefe. A figura da mulher encontra-se no ápice do triângulo que alinha a composição do quadro e, com a sua roupa justa, aliada à estranha torsão do tronco, parece oferecer-se ao olhar do espetador (como sempre colocado no papel de voyeur) e do patrão, com quem poderá estar a tentar estabelecer contacto visual. No entanto, o que prevalece é o mistério e a inelutável solidão destas duas personagens que, juntamente com a galeria de figuras da obra de Hopper, comentam a progressiva alienação do indivíduo numa sociedade desumanizada e orientada por valores materialistas.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dorothea Lange


Vejam mais informação sobre esta imagem na Library of Congress, para completarem a leitura do artigo sobre Migrant Mother (1936).

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Pintar a separação

   
Edward Hopper
Office at Night (1940)


"Hopper paints the separateness of things: the indifference of objects, the solitariness of people, the isolation of the onlooker. This is the order of things in Hopper’s parallel world."

Victor Burgin, "The Separateness of Things"
http://www.tate.org.uk/research/publications/tate-papers/separateness-things

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EDward HOPPER

Hopper é, sem dúvida, um dos artistas estado-unidenses mais importantes do séc. XX. O Metropolitan Museum of Art (NYC) fornece um resumo da sua obra. O Smithsonian American Art Museum (Washington D.C.) oferece um scrap book que congrega informação diversa sobre o artista.  A National Gallery of Art (Washington D.C.) tem também uma página interativa sobre o pintor. Em 2004, a Tate Modern (Londres) dedicou-lhe uma imensa retrospetiva, sobre a qual podem encontrar informação online, incluindo diversos artigos.
            Por fim, consultem aqui uma proposta de investigação, colocando Hopper e Sophia de Mello Breyner em diálogo, que poderá servir para inspirar os vossos trabalhos de pesquisa individual.

Office in a Small City (1953)



 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ART Story

Como já comentei, quem se interessa por Arte dos EUA tem o privilégio de poder utilizar diversos recursos disponíveis online. Na última aula, mostrei-vos o site The Art Story: Your Guide to Modern Art, onde, entre outras coisas, podem obter informações sobre  movimentos artísticos
e artistas (experimentem obter informações sobre o artista que escolheram para o vosso trabalho de pesquisa!) e consultar tabelas cronológicas, úteis para contextualizar a vossa abordagem.

domingo, 27 de outubro de 2013

alterações CALENDÁRIO


29
Georgia O’Keeffe
Anna C. Chave. “O’Keeffe and the Masculine Gaze”. Reading American Art. 350-370.

Novembro
1
Paisagens rurais e urbanas
R. Hughes. American Visions. Episódio 6

5
Paisagens rurais e urbanas

8
Dorothea Lange
Derrick Price and Liz Wells, “Case Study: Image Analysis: The Example of Migrant Mother”. Ed. Liz Wells, Photography: A Critical Introduction. Londres: Routledge, 1997. 35-45.

Entrega do trabalho escrito

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

tudo sobre AZULEJOS na GULBENKIAN


Caros Colegas,

há, desde ontem, uma exposição intitulada "O Brilho das Cidades - A Rota do Azulejo" presente

no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian até 26 de Janeiro de 2014.

Considero que seja do vosso interesse até porque o azulejo foi grandemente utilizado pela nossa cultura.

É de acrescentar que serão proferidas conferências relacionadas com as diferentes culturas onde o

azulejo foi utilizado.



CONFERÊNCIAS   Auditório 3 às 18.00h - Entrada livre

4 de novembro
Entre o Nilo e a Mesopotâmia. A alvorada do azulejo (4000-400 a.C.)
Annie Caubet (Conservadora Geral Honorária, Musée du Louvre, Paris)

11 de novembro
Azulejos Islâmicos
John Carswell (SOAS-School Of Oriental and African Studies, Londres)

18 de novembro
Particularidades de um quadro de barro vidrado: o azulejo figurativo em PortugalAna Paula Rebelo Correia (FCSH-Universidade Nova de Lisboa / ESAD-FRESS)

25 de novembro
O Real Alcázar de Sevilha. Casa de Azulejos
Alfonso Pleguezuelo (Universidade de Sevilha)




Sofia Faria

sábado, 19 de outubro de 2013

"Corposcidades"


Pessoas bonitas,


depois de ler o texto da Elizabeth Grosz fui à procura de informações sobre ele que me pudessem ajudar a compreender o que li. Na minha demanda, esbarrei com este vídeo de uma artista brasileira que se chama exactamente "corposcidades". Não tem hífen, é certo, e trata de uma perspectiva diferente; mas é interessante na medida em que se articula com aquilo que nós temos vindo a ler e a discutir nas aulas. A artista chama-se Néle Azevedo e a obra aqui apresentada insere-se no projecto Movimento Minimum. Também têm uma ligação para uma entrevista com a artista onde ela explica onde quis chegar com o Army of Melting Men.
www.goethe.de/ins/br/lp/kul/dub/bku/pt10592284.htm


Niara

"Ways of Seeing" Expo

Caros colegas,

é interessante como o texto Ways of Seeing, John Berger, 1972, estudado nas nossas aulas, vai dar origem, quarenta anos mais tarde, a uma exposição do artista britânico Joe Black,  intitulada "Ways of Seeing", na Opera Gallery de Londres.

http://www.operagallery.com/ang/event/?id=10&

A notícia consta do jornal Metro


Sofia Faria

Psicologia da Arte CURSO



     Caros colegas,

achei interessante este curso, que terá lugar na Culturgest, com o objectivo de nos ajudar a reflectir

sobre aquilo que tratamos nas nossas aulas — a Arte.

Aqui ficam algumas informações: http://www.culturgest.pt/se/2013/03/15-psicoarte.html


Formador António M. Duarte
Como apreciamos as obras de arte? O que nos interessa? O que nos desperta a atenção? Como reagimos sensorialmente? Como percecionamos? Como compreendemos? Que emoções experimentamos?
Este curso, de seis sessões, partilha o conhecimento da Psicologia da Arte sobre alguns dos processos básicos da apreciação da Arte. Pretende assim melhorar a compreensão dos participantes sobre o modo como as pessoas desfrutam e reagem às obras de arte, desenvolvendo uma sensibilidade que pode ser utilizada para o autoconhecimento, o aperfeiçoamento da apreciação ou da criação artística e o melhoramento da comunicação com os públicos de arte. Um curso organizado por um psicólogo, professor de Psicologia da Arte, ilustrado com exemplos de obras da pré-história à contemporaneidade.
Programa disponível aqui
                                                                                      Sofia Faria

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Corpos/Cidade e Street Art

Depois desta manhã, fiquei a pensar em muitas coisas que gostaria de partilhar com vocês.

Em primeiro lugar, falámos da relaçao entre corpos e cidade. Lembrei-me deste texto de Georg Simmel, chamado "As metrópoles e a vida mental", escrito em 1903, que fala da relação entre a mente e a cidade. E no fundo, tem muitas semelhanças com a nossa discussão. (Acho que não é preciso acabar o círculo e analisar as relações entre mente e corpo...) Este texto reflete de um modo muito interessante sobre a definição que podemos ter da vida, do comportamento típico do "cidadão". Se estiverem interessados nestas questões podem lê-lo aqui (achei só uma versao inglesa, desculpem).

Em segundo lugar, falámos sobre street art, e sobre o seu estatuto enquanto arte ou não, e como tambem é uma inscrição dentro dum espaço urbano, um testrmunho..
A minha sugestão, neste caso, afasta-se um pouco do conceito em discussão, mas para mim, tem uma relação evidente.
Nao sé se já ouviram falar da "Demeure du Chaos". É um museu, perto da minha cidade, numa pequena aldeia muito linda, que faz parte do património cultural porque está construída com pedras "de ouro". Linda cor, que brilha ao sol.. O problema é que a "Demeure du chaos" fala do mal do mundo. E por isso tem uma cor mais preta que "o ouro", e instalações gigantescas.


O seu objectivo é ser um jornal vivo através das obras de arte. Desde 1999, uma equipa de artistas investiu numa casa  para contar o que se passa no mundo: é um museu aberto e grátis para todos, para testemunhar politicamente o que se passa mundialmente. É um museu activista. E as obras de arte estendem-se além das paredes, dos telhados, o que nao é do gosto dos políticos. Um julgamento está ainda em processo sobre a sua existência (podem ver um vídeo que resume muito bem a situação e que mostra mais as obras de arte aqui).
A primeira vez que vi a "Demeure du chaos" fiquei muito surpreendida. É um mundo à parte, que muda, e onde reconhecemos todas as informações capitais da atualidade. É um choque. Mas que não é apresentado de maneira agressiva ou violenta. É mais como um microcosmos, espelho do nosso mundo, como acho pode ser a street art. Expressar sem limites de conveniência, em lugares que surpreendem: o chão, as paredes, e outros lugares muito criativos... para romper a monotonia da cidade com uma reflexão, um sorriso...

Se gostam de street art, para o prazer dos olhos, visitem este sítio que mostra boas obras deste tipo:
http://www.streetartutopia.com/

Espero que gostem, e bom fim de semana para todos!

Lorraine