"Parable in Praise of Violence"
Thanks for
the violence.
[…]
[…]
The
good machine is simple, few moving parts,
an efficiency of what’s preserved and what is wasted,
so with each shot the recoil cocks the gun to shoot again,
then recoil, cock and shoot again, recoil, cock,
and so on till the target buys it, or your ammo’s spent.
an efficiency of what’s preserved and what is wasted,
so with each shot the recoil cocks the gun to shoot again,
then recoil, cock and shoot again, recoil, cock,
and so on till the target buys it, or your ammo’s spent.
Thanks
for the poem, which is really a little pistol:
load and cock, point and aim, then the trigger,
the hammer, the powder, the discharge, the bullet,
the target, the recoil, the crime. No smoking gun
just ballistics, caliber, powder marks, the question why.
load and cock, point and aim, then the trigger,
the hammer, the powder, the discharge, the bullet,
the target, the recoil, the crime. No smoking gun
just ballistics, caliber, powder marks, the question why.
My
life is like a loaded gun, and when I aim it at you
I hope to take off the top of your head,
no safety on, no playing nice, just the spark,
the flash, the damage, just red American
cherry pie violence. So, thank you
I hope to take off the top of your head,
no safety on, no playing nice, just the spark,
the flash, the damage, just red American
cherry pie violence. So, thank you
[…]
Tony
Barnstone, from The Golem of Los Angeles.
Bruce Nauman (nascido em 1985, em
Indiana) é um artista que recorre a vários media para abordar as
temáticas recorrentes da violência e da representação do corpo — realiza
fotografia, vídeos-performance, esculturas e instalações. A obra que vou
analisar, Double Poke In The Eye II (1985), insere-se nesta última
categoria: é uma instalação em néon que representa duas cabeças frente a
frente, de cada uma delas sai uma mão que desenha um revólver com os dois
primeiros dedos esticados e o resto dos dedos dobrados. O indicador “fura”
[poke] o olho da outra figura e vice-versa. Esta acção repete-se: a vítima é
também, por sua vez, agressor. Violência sem fim, como um jogo absurdo e cruel.
A ação é sublinhada pelas cores lúdicas, em contraste irónico com a violência
da cena representada.
Tony Barnstone é um escritor estado-unidense que reflete sobre a violência, nomeadamente a guerra. Na antologia The Golem of Los Angeles (2007), trabalha sobre o quotidiano da América, marcado pelo confronto, como é evidente no poema “Parable in Praise of Violence”. Yusef Kormunyakaa tece o seguinte comentário sobre o estilo deste autor: “Plainspoken and magical, this poet knows how to make imagination and the real world collide softly”.
Bruce Nauman e Tony Barnstone propõem um percurso interpretativo semelhante: a violência é criticada sendo simplesmente exposta, oferecida diretamente ao espetador e ao leitor para reflexão, sem uma crítica direta, em forma de experiência. Trata-se de uma estratégia para denunciar uma realidade que surge todos os dias no mundo atual e que tentamos esquecer. Estes artistas lembram-nos que o mundo apresentado não difere assim tanto da nossa experiência de vida. A violência existe em muitos campos, reais e imaginários. Nauman e Barnstone exprimem a mesma crítica da violência em duas épocas diferentes (Double Poke In The Eye é de 1985, Parable In Praise Of Violence, de 2007), o que nos faz refletir sobre a América, e mais amplamente sobre o mundo atual.
Apesar de estas obras distarem mais de duas décadas entre si, Nauman e Barnstone recordam-nos — através de elementos narrativos e da ironia — o caráter omnipresente da violência, não só nos EUA, mas também na sociedade contemporânea, e convidam-nos a encarar esta realidade. Ambos nos lembram que, em vez de fecharmos os olhos, devemos ter a coragem de nos confrontarmos com este facto. O espetador é, assim, convidado a posicionar-se no mundo, à semelhança do que escolhem fazer os artistas.
Tony Barnstone é um escritor estado-unidense que reflete sobre a violência, nomeadamente a guerra. Na antologia The Golem of Los Angeles (2007), trabalha sobre o quotidiano da América, marcado pelo confronto, como é evidente no poema “Parable in Praise of Violence”. Yusef Kormunyakaa tece o seguinte comentário sobre o estilo deste autor: “Plainspoken and magical, this poet knows how to make imagination and the real world collide softly”.
Bruce Nauman e Tony Barnstone propõem um percurso interpretativo semelhante: a violência é criticada sendo simplesmente exposta, oferecida diretamente ao espetador e ao leitor para reflexão, sem uma crítica direta, em forma de experiência. Trata-se de uma estratégia para denunciar uma realidade que surge todos os dias no mundo atual e que tentamos esquecer. Estes artistas lembram-nos que o mundo apresentado não difere assim tanto da nossa experiência de vida. A violência existe em muitos campos, reais e imaginários. Nauman e Barnstone exprimem a mesma crítica da violência em duas épocas diferentes (Double Poke In The Eye é de 1985, Parable In Praise Of Violence, de 2007), o que nos faz refletir sobre a América, e mais amplamente sobre o mundo atual.
Apesar de estas obras distarem mais de duas décadas entre si, Nauman e Barnstone recordam-nos — através de elementos narrativos e da ironia — o caráter omnipresente da violência, não só nos EUA, mas também na sociedade contemporânea, e convidam-nos a encarar esta realidade. Ambos nos lembram que, em vez de fecharmos os olhos, devemos ter a coragem de nos confrontarmos com este facto. O espetador é, assim, convidado a posicionar-se no mundo, à semelhança do que escolhem fazer os artistas.
Como a Lorraine não conseguiu postar o trabalho, fi-lo por ela.
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