quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Susan Rothenberg & Edgar Allan Poe

Raven, 2009-2010
Oil on canvas
87 1/2 x 75 1/8 inches (222,3 x 190,8 cm)
Private Collection

"The Raven" - E. A. Poe
"[...]
And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the plaid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamp-light o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!" 


Susan Rothenberg
A artista nasceu em Buffalo, Nova Iorque, em 1945. Frequentou a Cornell University e aí obteve um BFA (Bachelor of Fine Arts). Foi casada duas vezes, sendo o segundo marido o artista Bruce Nauman.
O seu trabalho começou a ganhar destaque no mundo artístico nos anos 1970, em Nova Iorque, onde na altura o estilo dominante era o minimalismo, fazendo com que as suas obras figurativas e de grandes dimensões sobressaíssem, em particular a série de quadros com cavalos. A partir da década de 1990, as obras de Rothenberg foram influenciadas pela sua mudança para Novo México, onde até hoje reside e tem o seu estúdio de trabalho. A mudança que se nota no trabalho da artista é devido ao facto de ter começado a pintar cenas inspiradas no seu quotidiano.


Edgar Allan Poe
O escritor nasceu a 19 de Janeiro de 1809, em Boston, Massachusetts, e faleceu a 7 de Outubro de 1849, em Baltimore, Maryland. Enquadra-se no período romântico e foi um dos primeiros escritores dos EUA a escrever contos. Começou por publicar poemas anónimos, como por exemplo Tamerlane and Other Poems. É apelidado/considerado o "pai da literatura moderna de terror".


Relação entre a obra e o poema
Começo pelo nome das duas obras: ambas com o título "Raven", devido à centralidade da figura do corvo. Rothenberg pode optado por usar a palavra "raven" em vez de "crow" (mais utilizada no dia-a-dia) para sublinhar uma ligação entre a sua obra e a de E. A. Poe. Ao analisar a estrofe que escolhi do poema (a última), encontro dois elos de ligação entre as duas obras. A primeira reside no verso "never flitting, still is sitting, still is sitting", que nos indica que o corvo não está em movimento nem a voar, a mesma ideia que se tem ao olhar para a obra de Rothenberg onde o pássaro se encontra em cima dos ramos, parado e a olhar para um possível horizonte fora do quadro. O segundo elo de ligação reside no terceiro verso ("And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming"), visto o corvo no quadro poder ser lido como ameaçador e/ou demoníaco (no poema o corvo é também apelidado "thing of evil"). 

Cumprimentos,
Mariana Lemos

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