Rita
Charon é um daqueles seres
inspiradores que vale a pena escutar. Médica de formação, decidiu estudar
literatura enquanto exercia prática clínica (o que, por si só, já parece de
loucos, tendo em conta o ritmo de trabalho nos hospitais). A sua vida tem sido
dedicada a provar a utilidade da leitura e da escrita (processos
complementares, como sabe quem ama os livros) no exercício da medicina.
Argumenta que a criatividade implicada em ler e escrever desenvolve nos
profissionais de saúde a atenção necessária para compreender as entrelinhas das
histórias dos pacientes e desenvolver com eles a relação empática fundamental
no processo de cura. Charon defende apaixonadamente o diálogo entre a ciência e
as humanidades, contrariando a hierarquização separatista que no Ocidente tem
privilegiado o saber dito “exato” (um mito, pois os paradigmas culturais mudam
a validade do conhecimento). Vamos ouvir o que tem para connosco partilhar?
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