segunda-feira, 11 de julho de 2011
EXame Arte Norte-Americana
Não é permitida consulta.
Até lá,
Diana Almeida
terça-feira, 21 de junho de 2011
Alteração data AVALIAção
Sugiro que nos encontremos TERÇA, dia 28 de JUNHO, à mesma hora, no mesmo sítio.
Passem palavra.
Bom SOLstício,
Diana Almeida
domingo, 12 de junho de 2011
DATA AVALIAção
Proponho como data para o nosso encontro dia 27 de JUNHO entre as 15 e as 17 horas, na esplanada do bar do átrio da FLUL (entrada principal).
Passem palavra entre os colegas, por favor.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
WOMEN and the ARTS
http://womenandthearts.blogspot.com/
15-17 Junho
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
O grupo de investigação de Estudos Americanos do CEAUL (Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa) está a organizar o colóquio “Women and the Arts: Dialogues in Female Creativity in the U.S. and Beyond”, a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, entre os dias 15 e 17 de Junho. Pretende-se dinamizar uma reflexão sobre a produção artística no feminino, num contexto multidisciplinar e de cariz internacional.
A relação entre a mulher e a arte e os seus diferentes contornos e expressões é a base deste colóquio de três dias, contrastando a realidade dos Estados Unidos da América com outras culturas. Propõe-se uma reflexão sobre as condições de produção, circulação e recepção dos trabalhos realizados por mulheres artistas, desde a modernidade até ao contexto contemporâneo.
O colóquio irá cobrir uma panóplia de áreas, desde a literatura, às artes visuais e performativas, passando pela música. Vamos ter como convidados de relevo, Sandra Gilbert, poetisa e investigadora sobre a literatura feminina de expressão anglística; Christine Battersby da área da filosofia da criatividade feminina; o crítico, fotógrafo e curador Edward Lucie-Smith; Ana Luísa Amaral, poetisa e académica.
Estamos ainda a dinamizar um programa cultural variado, incluindo: no cinema S. Jorge e em parceria com o Festival do Silêncio, um espectáculo de improvisação sobre a figura de Sherazade, com a participação de contadoras de histórias, uma música/compositora e uma bailarina/coreógrafa; uma mesa-redonda com artistas portuguesas de várias áreas; um workshop sobre a arte de contar; um recital de poesia.
Destaca-se a presença de Joana Vasconcelos, que virá dar uma palestra sobre a sua obra e apresentar a peça “Valquíria enxoval, 2009”, da colecção da Câmara Municipal de Nisa. Gentilmente cedida pela artista, esta peça ficará instalada algumas semanas no átrio da Faculdade de Letras, no contexto da celebração do centenário da Universidade de Lisboa.
sábado, 4 de junho de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
Kiki Smith no MoMA
Explorem esta exposição interactiva sobre a obra de Kiki Smith — Prints, Books, and Things (8 Dez. 2003 - 4 Mar. 2004)
Dividida em cinco secções — Early Screenprints, Anatomy, Self-Portraits, Nature e Feminine Contexts.
Jacob Lawrence / Langston Hughes
The Migration Series, Panel No. 1 (1940-1941) by Jacob Lawrence
Jacob Lawrence nasceu em 1917, em Atlantic, Nova Jersey. Foi um pintor negro americano que passou grande parte da sua vida em Harlem, Nova Iorque e foi produto do movimento intelectual e cultural conhecido por Resnascimento de Harlem. É o autor de vastíssimas obras com grande reconhecimento mundial, entre elas, The Great Migration Series, uma série de 60 painéis sobre A Grande Migração Negra Americana do século XX. Lawrence foi sempre um observador preocupado com a vida americana, abordando nas suas obras temas relacionados com a guerra, as migrações e a vida dos afro-americanos durante a América do século XX. Enquanto Langston Hughes descreve os sentimentos de muitos dos afro-americanos da primeira metade do século XX, Lawrence, em, The Great Migration Series, pinta a viagem que estes fizeram. As linhas férreas eram para os afro-americanos o principal meio de transporte do sul para o norte. No Painel no. I, o primeiro painel a ser pintado, Lawrence representa a grande massa da população negra prestes a embarcar numa viagem em direcção às três grandes cidades do norte (Chicago, New York e St.Louis). Lawrence pintou os imigrantes sem características faciais. Usando-se de uma paleta limitada, Lawrence definiu as suas roupas, chapéus e bagagens como silhuetas, enaltecendo um sentimento de acção colectiva à medida que a multidão surge em direcção à estação. A sua técnica, no uso das cores do quadro, leva a que os olhos do próprio observador viagem pela tela.
Poema One-Way Ticket (1949), Langston Hughes
I pick up my life
And take it with me
And I put it down in
Chicago, Detroit,
Buf falo, Scranton,
Any place that is
North and East—
And not Dixie.
I pick up my life
And take it on the train
To Los Angeles, Bakersfield,
Seattle, Oakland, Salt Lake,
Any place that is
North and West—
But not South.
I am fed up
With Jim Crow laws,
People who are cruel
And afraid.
Who lynch and run,
Who are scared of me
And me of them.
I pick up my life
And take it away
On a one-way ticket
Gone up North,
Gone out West,
Gone!
James Mercer Langston Hughes nasceu em 1902, no estado americano do Missouri, e faleceu em 1967. Foi o poeta, ficcionista e dramaturgo norte-americano mais famoso do movimento modernista norte-americano conhecido como “Harlem Renaissance”. Foi nos anos 20, durante o movimento”Harlem Renaissance”, que Langston se tornou famoso, assumindo-se como uma figura importante e influente no mundo literário americano. Tal como Jacob Lawrence, Hughes também abordava nas suas obras os problemas de segregação e opressão racial vividos na América do século XX. No poema, One-Way Ticket, o que Hughes fez foi mostrar a longa e dolorosa espera feita por muitos afro-americanos do sul, tentando escapar à miséria, à opressão e à segregação das “Jim Crow Laws” dos Estados do Sul, procurando a liberdade económica e social nos centros urbanos do Norte. No fundo, aquilo que Hughes e Lawrence pretendiam com os seus trabalhos, era passar uma mensagem de coragem e fé a todos aqueles que correram riscos e enfrentaram o desconhecido na busca de uma vida melhor.
Bibliografia:
HUGHES, Robert. American Visions; The Empire of Signs. - Episode 6
http://en.wikipedia.org/wiki/Jacob_Lawrence
http://en.wikipedia.org/wiki/James_Mercer_Langston_Hughes
http://www.noma.org/educationguides/Lawrence.pdf
Frederico Seabra nº 35524
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Andy Warhol & Peter Oresick
Uma das 32 latas de sopa da Campbell’s pintada por Andy Warhol
Cada uma mede 50.8cm x 40.6 cm
32 Campbell’s Soup Cans
Andy Warhol for Campbell’s Soup
By Peter Oresick
May 19, 1964, Mr. A. Warhol,
1342 Lexington, Nyc, New York,
Dear Mr. Warhol: I have followed
your career for some time. Your art
evokes a great deal of interest here
at Campbell's for obvious reasons.
At one time I hoped to acquire one
of your Campbell's Soup label
paintings, but I'm afraid you
have grown much too expensive.
I did want to tell you, however,
that we at corporate admire your
work, and since I have learned
you actually like Tomato Soup,
I am taking the liberty of shipping
out a couple of cases of our Tomato
Soup to you at this address.
Continued success and good fortune,
William P. McFarland, Product
Manager, Campbell's Soup.
Andy Warhol (1928 – 1987), nascido Andrew Warhola Jr., filho de emigrantes eslovacos, é hoje em dia um dos mais facilmente reconhecíveis nomes da cultura norte-americana. Teve uma carreira diversa nas artes, que incluiu a escrita, cinema, teatro, fotografia, arte digital, impressão, pintura, etc. É a principal figura do movimento artístico denominado de Arte Pop, e o criador de vários termos que são comuns hoje em dia, como “superstar” ou “15 minutos de fama”. Tornou-se famoso principalmente devido à forma como abordou a arte de uma perspectiva nova, elevando à categoria de high art objectos aparentemente mundanos, tal como na sua peça mais famosa: 32 Campbell’s Soup Cans. Se a Arte pode ser dividida em dois tipos fundamentais – figurativa e abstracta – então, Warhol pode ser considerado um defensor absoluto do figurativismo, pois a tradição iconográfica (inspirada pelo facto de ele ter sido católico praticante) está muito presente nas suas obras. Chegou mesmo ao ponto de dizer que odiava Jackson Pollock e todo o seu abjecto expressionismo abstracto.
Peter Oresick
Peter Oresick é um poeta americano, e professor de Inglês. Tal como Andy Warhol, também ele é oriundo de Pittsburgh. O seu livro Warhol-O-Rama, de onde o poema em questão é retirado, é uma homenagem a Warhol, publicado no que seria o octogésimo aniversário do artista. Tal como Warhol, Oresick é elogiado por abordar a arte de uma forma não convencional, escrevendo o seu poema pop-épico encadeando frases de uma forma peculiar, inspirando-se por vezes (como é o caso com Andy Warhol For Campbell’s Soup) em notícias ou factos reais, criando a partir daí estórias nas quais Andy tem sempre o papel de destaque.
Relação entre a obra visual e o poema
"Pop art is about liking things"
Esta frase, da autoria do próprio Warhol, é uma das melhores maneiras de resumir a sua abordagem à temática da arte, principalmente a Arte Pop. É importante notar que, apesar de ser o autor de algumas obras pop muito reconhecíveis, como por exemplo os quadros de Marilyn Monroe, onde o rosto desta é representado múltiplas vezes, com cores variáveis. No entanto, são as latas de sopa da marca Campbell’s que mais marcam a carreira de Warhol, visto que o artista produziu estes quadros em várias etapas da sua carreira, e não apenas uma vez. Mais importante ainda é o motivo por detrás da obra: não é uma celebração do consumismo tipicamente americano, como alguns o acusam. O objectivo do quandro (e, de facto, de toda a sua obra e da Arte Pop em geral) é elevar o mundano ao patamar da High Art. É representar algo do dia-a-dia comum como sendo especial, e dessa forma mudar a perspectiva do observador: se o comum é especial, não o seremos todos então? É essa também a ideia de Peter Oresick, ao publicar o livro Warhol-O-Rama. Em vez de seguir a forma literária comum, Oresick decide lançar um livro de poemas totalmente não ortodoxo, onde todos os versos são corridos e de verso livre. É mais importante entreter o leitor do que “elevar o seu espírito”. O mais importante a notar, tanto na obra de Warhol como na de Oresick, é que não é suposto ver a beleza nos seus trabalhos à primeira vista. Aquela lata de sopa de tomate não é apenas uma lata de sopa de tomate, da mesma forma que aquele poema não é apenas uma carta da companhia Campbell’s a agradecer a Warhol por publicidade gratuita. É preciso ver para lá das formas aparentes, e estar conscientes dos parâmetros em que a Arte Pop opera para verdadeiramente nos apercebermos dos corpos reais das obras. É preciso analisar o superficial para lá da superficialidade. Nas palavras do próprio Andy: “I am a deeply superficial person”.
Bibliografia
HIGGIE, Jennifer. The Artist’s Joke. London, Whitechapel. 2007
HUGHES, Robert. American Visions; The Empire of Signs.- Episode 7
http://en.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol#Other_media
http://www.imdb.com/name/nm0912238/bio
http://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Oresick
Diogo Filipe Serras de Almeida nº 44239
Mark Rothko e Camilo Pessanha
Branco e Vermelho
A dor, forte e imprevista,
Ferindo-me, imprevista,
De branca e de imprevista
Foi um deslumbramento,
Que me endoidou a vista,
Fez-me perder a vista,
Fez-me fugir a vista,
Num doce esvaimento
Como um deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Fez-se em redor de mim.
Todo o meu ser, suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso…
Que delícia sem fim!
(…)
A dor, forte e imprevista,
Ferindo-me, imprevista,
De branca e de imprevista
Foi um deslumbramento,
Que me endoidou a vista,
Fez-me perder a vista,
Fez-me fugir a vista,
Num doce esvaimento.
Ó morte, vem depressa,
Acorda, vem depressa,
Acode-me depressa,
Vem-me enxugar o suor,
Que o estertor começa.
É cumprir a promessa.
Já o sonho começa…
Tudo vermelho em flor...
(PESSANHA, 2009, p. 107-109)
“A experiência trágica fortificante é para mim a única fonte de arte.”
Mark Rothko
Marcus Rothkowitz nasceu na Rússia a 25 de Setembro de 1903, com apenas dez anos imigrou com a sua família para os Estados Unidos da América. Cedo conviveu e estudou com artistas; apercebendo-se de que a arte, enquanto expressão da tragédia da condição humana, teria que encontrar uma linguagem nova. Aos poucos, foi experimentando, utilizando novas linguagens, e acabou mesmo por abandonar os elementos figurativos, concentrando-se nos elementos pictóricos puros, convicto de que, só por si, divulgariam uma elevada verdade filosófica. Suicidou, em 25 de Fevereiro de 1970. Acreditava que uma imagem abstracta representava directamente a natureza fundamental do drama humano.
Quando pediam a Mark Rothko para comentar as suas obras respondia dizendo: “O silêncio é o mais acertado”. Foi um dos artistas mais importantes do século XX. Era um homem culto que se interessava por música, literatura, filosofia e mitologia grega.
Influenciado pela obra de Henri Matisse –a quem homenageou numa das suas telas – Rothko ocupou um lugar singular na Escola de Nova York. Após ter experimentado o expressionismo abstrato e o surrealismo, desenvolveu, no final dos anos 1940, uma nova forma de pintar. Hostil ao expressionismo da Action Painting, Mark Rothko (assim como Barnett Newman e Clyfford Still) inventa uma forma meditativa de pintar, que o crítico Clement Greenberg definiu como Colorfield Painting ("pintura do campo de cor").
Camilo Pessanha nasceu em Coimbra no ano de 1867. Grande parte de sua vida transcorreu em terras estrangeiras, já que em 1894 o poeta foi nomeado professor do Liceu de Macau, após a disputa de uma única vaga com 39 concorrentes. No jornal macaense Ideia Nova, encontra-se a publicação póstuma de seu célebre e longo poema Branco e Vermelho, datado de 1929. A obra de Camilo Pessanha é considerada o modelo mais lapidado da estética simbolista portuguesa.
Relação entre a obra e o texto
A relação entre estas duas obras é a transformação de sentimentos em cores fortes, vibrantes e que se contrastam entre si. Sendo a obra de Rothko uma composição, onde a tensão se expressa por toda a tela, através de várias camadas cromáticas, podendo referir-se à “dor, forte e imprevista” de Pessanha, estando relacionado com o drama interior do ser humano. No meio de toda a composição, existe uma risca branca, que está ligada à neutralidade, um ponto de serenidade que é procurado por Pessanha, “um deslumbramento, que me endoidou a vista”, esta risca branca também é referida como uma luz, que permite apreender visualmente o mundo, tal como o poeta explicíta, “Fez-se em redor de mim. Todo o meu ser, suspenso, Não sinto já, não penso, Pairo na luz, suspenso… Que delícia sem fim!”, que poderá ser a perda de consciência da realidade do poeta. Este poema de Camilo Pessanha dá enfase à visão (sem a visão o poeta não tem noção de como é a realidade), à luz (como um meio de percepção do mundo) sendo estes dois elementos relacionados com o termo Branco, que irá contrastar com o Vermelho, que por sua vez, estará relancionado com a dor do poeta, da “morte” que anseia tanto. Esta tensão entre o Branco e o Vermelho poderá ser o confronto entre a realidade e o imaginável, onde o poeta deseja sair do seu ‘eu’ e partir para um “novo mundo” idealizado por si, imune à dor.
Estas duas obras são semelhantes, no que toca à expressão de sentimentos e na maneira que estes dois artistas se expressam.
de Sara Henriques, aluna nº38380
Bibliografia consultada:
- BAAL-TESHUVA, Jacob, Mark Rothko: Pintura como Drama, Taschen, Colónia, 2010
- CHAVE, Anna C., Mark Rothko: subjects in abstraction, Yale University Press, Londres, 1989
- GLIMCHER, Marc, The art of Mark Rothko into an unknown world, Barrie & Jenkins, Londres, 1992
- HESS, Barbara, Expressionismo Abstracto, Taschen, Colónia, 2010
- ROTHKO, Mark, trad. Fernanda Barros, Mira, A realidade do artista: filosofias da arte, Cotovia, Lisboa, 2007
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Pessanha
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Mark_Rothko
- http://www.nga.gov/feature/rothko/rothkosplash.shtm
- http://purl.pt/14369/1/ (Camilo Pessanha : Biblioteca Nacional de Portugal)
terça-feira, 12 de abril de 2011
Frank Lloyd Wright / Walt Whitam
Walt Whitman, "A Song of the Open Road" (Leaves of Grass )
...
From this hour I ordain myself loos'd of limits and imaginary lines,
Going where I list, my own master total and absolute,
Listening to others, considering well what they say,
Pausing, searching, receiving, contemplating,
Gently, but with undeniable will, divesting myself of the holds that
would hold me.
I inhale great draughts of space,
The east and the west are mine, and the north and the south are mine.
I am larger, better than I thought,
I did not know I held so much goodness.
All seems beautiful to me,
I can repeat over to men and women You have done such good to me
I would do the same to you,
I will recruit for myself and you as I go,
I will scatter myself among men and women as I go,
I will toss a new gladness and roughness among them,
Whoever denies me it shall not trouble me,
Whoever accepts me he or she shall be blessed and shall bless me.
Frank Lloyd Wright (1867-1959) foi considerado postumamente como o mais importante arquitecto americano de todos os tempos pelo Instituto Americano de Arquitectura. Com mais de 1000 projectos, dos quais mais de 500 foram concluídos, este arquitecto, designer de interiores, escritor e professor é, sem dúvida, uma das pessoas mais importantes do século XX nos EUA. É um dos grandes promotores da arquitectura orgânica, cujo exemplo máximo é a Falling Water, aqui analisada e que consiste numa integração da casa na Natureza circundante; lidera o movimento da Prairie School e desenvolve o conceito de Usonian home (a verdadeira casa estadunidense). Torna-se no arquitecto mais procurado, original e inovador da sua época e desenvolve projectos para igrejas, arranha-céus, fábricas, empresas, museus e algumas casas particulares. No final da vida, debruça-se sobre aquela que se tornou a sua obra mais emblemática - o Museu Guggenheim, em Nova Iorque.
Walt Whitman (1819-1892) foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano. Whitman é um dos poetas mais influentes na poesia norte-americana e é frequentemente considerado como o pai do verso livre. Whitman é um humanista que viveu e escreveu no período de transição entre o transcendentalismo e o realismo, adoptando ambas as correntes literárias na sua obra. Foi enfermeiro voluntário durante a Guerra Civil. A sua obra mais conhecida, Leaves of Grass, foi publicada em 1855 com o seu próprio dinheiro. A sua poesia gerou uma grande controvérsia entre os seus contemporâneos, que o consideravam obsceno pela sexualidade explícita e demasiado presente na sua poesia.
Whitman e Wright partilham uma irreverência e originalidade únicas para época. Nenhum segue uma estrutura imposta, há uma fluidez de linhas estruturantes comum a ambos - a paisagem do Oeste inspira Whitman ao verso livre e Wight à composição das suas casas através de uma série de linhas horizontais. O poema e a casa têm em comum a forma como recebem o espaço, todo o espaço, enquadrado pelos pontos cardeais - a amplitude do corpo poético reflecte-se na amplitude da casa. A realização humana de que o poema fala reflecte-se no espaço de habitação: feito para o outro, para que este se possa sentir realizado da mesma forma como Wright se sentiu ao construi-lo. É uma espécie de retorno e de agradecimento (benção), como também é referido do poema.
Bibliografia:
GRIGOR, Murray. The Architecture of Frank Lloyd Wright. ABC Entrepreses, 1983.
HUGHES, Robert. American Visions: The Wave From the Atlantic - Episode 5.
KAUFMANN, Edgar Jr. Falling Water: A Frank Lloyd Wright Country House. New York, Abbeville Press, 1986.
http://en.wikipedia.org/wiki/Frank_Lloyd_Wright#cite_note-autogenerated1-0
http://en.wikipedia.org/wiki/Walt_Whitman#Legacy_and_influence
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Edward Hopper e Edward Hirsch
Edward Hopper, House by the Railroad (1925) (61 x 73.7 cm)
“Edward Hopper and the House by the Railroad” (1982)
Out here in the exact middle of the day,
This strange, gawky house has the expression
Of someone being stared at, someone holding
His breath underwater, hushed and expectant;
This house is ashamed of itself, ashamed
Of its fantastic mansard rooftop
And its pseudo-Gothic porch, ashamed
of its shoulders and large, awkward hands.
But the man behind the easel is relentless.
He is as brutal as sunlight, and believes
The house must have done something horrible
To the people who once lived here
Because now it is so desperately empty,
It must have done something to the sky
Because the sky, too, is utterly vacant
And devoid of meaning. There are no
Trees or shrubs anywhere--the house
Must have done something against the earth.
All that is present is a single pair of tracks
Straightening into the distance. No trains pass.
Now the stranger returns to this place daily
Until the house begins to suspect
That the man, too, is desolate, desolate
And even ashamed. Soon the house starts
To stare frankly at the man. And somehow
The empty white canvas slowly takes on
The expression of someone who is unnerved,
Someone holding his breath underwater.
And then one day the man simply disappears.
He is a last afternoon shadow moving
Across the tracks, making its way
Through the vast, darkening fields.
This man will paint other abandoned mansions,
And faded cafeteria windows, and poorly lettered
Storefronts on the edges of small towns.
Always they will have this same expression,
The utterly naked look of someone
Being stared at, someone American and gawky.
Someone who is about to be left alone
Again, and can no longer stand it.
Edward Hirsch
Biografia de Edward Hopper
Edward Hopper (1882 – 1967) foi um dos pintores realistas mais influentes do século XX, sendo muitas das suas obras ainda hoje utilizadas noutros meios de comunicação, como a televisão e o cinema, como se pode verificar com uma das suas obras mais conhecidas: Nighthawks (1942). Hopper nasceu em Nyack, Nova Iorque, e estudou na “New York School of Illustration” e na “New York School of Art”, onde teve como professor Robert Henri, mentor da Aschan School. E também esteve, mais tarde, em Paris. Mas foi apenas em 1924 que Hopper teve sucesso como artista.
Hopper era um pintor meticuloso e metódico, que se dedicava demoradamente às suas obras. O artista explorou as temáticas da solidão e desolação como características da vida citadina, reforçando este efeito através dos efeitos de luz e sombra, da alternância entre cenários interiores e exteriores e de personagens anónimas e absortas nos seus próprios pensamentos e problemas. Embora algumas das suas obras não possuíssem personagens, não perdiam, no entanto, o seu carácter solitário e melancólico. Embora Hopper não tenha pertencido a nenhuma escola artística, a sua obra aproxima-se da pintura de Thomas Eakins (1844 – 1916), não apenas pelo seu recurso às convenções realistas, mas também pela forma como ambos eram fiéis à sua visão do mundo. No entanto, enquanto que Eakins tendia a retratar os personagens dos seus quadros de forma activa e impressionante, Hopper retratava-os como sendo mais passivos, solitários e introspectivos.
A obra em questão: House by the Railroad, exemplifica o modo como Hopper utilizava certos elementos horizontais, neste caso a linha de comboio, como fronteira entre o mundo do quadro e o mundo do observador, atribuindo ao quadro uma sensação de impenetrabilidade e isolamento, bem como a sua utilização de cores suaves e manipulação hábil das sombras.
Biografia de Edward Hirsch
Edward Hirsch, nascido em Chicago, em 1950, é poeta e crítico. O poema em questão faz parte da sua segunda colectânea de poemas: “Wild Gratitude”, pela qual recebeu a “National Book Critics Circle Award” em 1986, e faz também parte do livro “The Poetry of Solitude: A Tribute to Edward Hopper”, de Gail Levin, uma antologia de poemas sobre várias das obras de Edward Hopper.
Relação entre o quadro e o poema
O poema pode ser visto como uma recriação do quadro, e também como um processo hipotético através do qual este poderá ter sido concebido, pelo que os pontos em comum entre ambos são claros. Este vem, no entanto, elaborar acerca de elementos sobre os quais o quadro nos permite apenas especular, em particular a presença ficcional do artista responsável por este como personagem, e a sua relação com a casa e o lugar nos quais o quadro poderá ter sido baseado. Para este efeito, o autor utiliza uma personificação da própria casa e inverte os papéis do pintor e da casa, criando uma relação ténue e distante entre o observador e o objecto observado, que nunca passa desse nível, e que é reforçada pela forma como no quadro a linha de comboio parece actuar como fronteira ou muro, representando, neste caso, a distância intransponível entre as duas personagens do poema. O poeta refere também a forma como a casa se encontra completamente isolada, descrevendo esse isolamento como uma forma de castigo por algum acto não mencionado, o que combina com a forma como, no quadro, a casa se encontra completamente isolada, o que é reforçado pelo facto de não se ver ninguém à janela, nem árvores nas redondezas ou nuvens no céu. Também pode ser visto como ponto extremo desta solidão a forma como, apesar de aparentemente abandonada, a casa não apresentar sinais visíveis de degradação, o que indica uma existência tão solitária ao ponto de nem se encontrarem presentes elementos decompositores, como a acção de insectos ou do clima. O poema vem, como tal, complementar o quadro, ao atribuir-lhe um contexto hipotético (ainda que vago), e, ao entabular um diálogo com o universo do quadro, quebra, de certo modo, a solidão do seu criador.
Bibliografia
Hughes, Robert. American Visions: Steamlines and Breadlines (Episódio 6)
http://www.edwardhopper.info/
http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Hopper#Personality_and_vision
http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Hirsch
http://www.artchive.com/artchive/H/hopper/house_by_rr.jpg.html
http://edsitement.neh.gov/lesson-plan/edward-hoppers-house-railroad-painting-poem#sect-introduction
João Rui Gonçalves nº 37896
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Palestra Mark Rothko
Conforme programado, a nossa aula de quarta-feira, dia 13 de Abril
vai decorrer na sala de vídeo (junto ao bar velho),
É importante verem o episódio 7 do American Visions para estarem dentro do contexto artístico da época e poderem compreender melhor a informação transmitida.
Apareçam e convidem amigos!
quinta-feira, 31 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
Aula dia 25 Março
sábado, 19 de março de 2011
Winslow Homer e Philip Larkin
O CORPO ABSURDO: HOMER E LARKIN
Right and Left (1909), Winslow Homer
Heads in the Women’s Ward
On pillow after pillow lies
The wild white hair and staring eyes;
Jaws stand open; necks are stretched
With every tendon sharply sketched;
A bearded mouth talks silently
To someone no one else can see.
Sixty years ago they smiled
At lover, husband, first-born child.
Smiles are for youth. For old age come
Death’s terror and delirium.
Philip Larkin (1972)
Winslow Homer (1836-1910) é ainda hoje considerado um dos maiores pintores novecentistas norte-americanos. Nascido em Boston, passou largas temporadas da sua vida em Inglaterra, onde acabou por adquirir o seu distintivo gosto pela pintura de cenas marítimas. Começa como ilustrador e cobre a Guerra Civil enquanto jornalista. A sua aprendizagem é feita de forma completamente autodidacta, passando da litografia à pintura a óleo e a aguarela, onde os críticos dizem ter-se tornado um mestre exemplar. Inicialmente tido como seguidor do Realismo na pintura, uma análise do seu trabalho revela como cada obra é construída com vista à união de “concept and percept” – uma tentativa de resolução dos problemas entre proporção, espaço e tridimensionalidade –, sendo os temas que pinta cada vez menos distintamente “americanos”, uma vez que caminha numa direcção pictórica mais universal e instrospectiva.
Philip Larkin (1922-1985) foi um poeta inglês. Depois de completar o seu curso em Oxford começa a trabalhar como bibliotecário, sendo destacado para Hull, Irlanda do Norte, onde acaba por passar trinta anos e onde escreve a maior parte da sua poesia. Influenciado por poetas como W.H. Auden, Thomas Hardy e W.B. Yeats, envereda na sua maturidade pelos temas quotidianos, descontruindo os mesmos através do seu estilo irónico, mordaz, céptico e profundamente desiludido. A velhice e a proximidade da morte são dos temas mais explorados nos seus trabalhos, dos quais se destacam The Whitsun Weddings (1964) e High Windows (1974).
Quadro e poema reflectem sobre o limiar entre a vida e a morte através de formas que, mascaradas de objectividade e crueza, se revelam nos seus pormenores veiculadoras do ponto de vista do pintor/poeta. Ambas as obras representam um corpo patético, absurdo na sua decadência e fragilidade, sendo este o ponto de partida para a análise da relação entre ambas.
Bibliografia
BURNS, Sarah, “Modernizing Winslow Homer”, American Quarterly, 49.3, 1997: 615-639
GOULD, Jean, Winslow Homer, A Portrait. New York: Dodd, Mead & Company, 1962
HUGHES, Robert, American Visions. London: The Harvill Press, 1997
LARKIN, Philip, Collected Poems. London: Faber and Faber, 2003
NOVAK, Barbara, American Painting of the Nineteenth Century. New York: Oxford University Press, 2007
http://www.winslow-homer.com/
http://www.nga.gov/feature/homer/homerintro.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Winslow_Homer
http://en.wikipedia.org/wiki/Philip_Larkin
Helena Carneiro
quinta-feira, 17 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
Enunciado Trabalho Escrito
Arte Norte-Americana
Trabalho Escrito
2010/2011
Docente: Diana Almeida
“Out of the immense industrial expansion of America in the 1850s and 1860s, through the smoke and glare of foundries, the clamor and all transforming speed of the railroads and the pandemonium of the factories, there emerged the dominant image of the American nineteenth century, an image monopolized by the North after the ruin of the South: the myth of the Machine itself. The Machine was imagined as a vast, omnipotent, stupid, and obedient genie, released from the bottle by the hand of Yankee ingenuity. It was, in effect, a superslave, to whose ownership no moral criticism attached. From this arose the perception of the Technological Sublime, America’s counter to the visible and God-given sublimity of its own landscape. The works of man are seen to rival those of God, and limitless power can be released by the merest gesture of a hand.”
Robert Hughes, American Visions: The Epic History of Art in America, 278.
Comente o excerto acima citado e caracterize as duas grandes temáticas da pintura dos Estados Unidos da América na segunda metade do século XIX, tendo em conta o contexto sociopolítico da nação. Ilustre as suas considerações com referência a obras e artistas específicos, sob a perspectiva da representação do corpo enquanto matriz da identidade individual e colectiva.
Entrega a 1 de Abril. Máximo 2 páginas A4, Times New Roman, Letra 12, dois espaços.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Feminist Perspectives on the Body
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Programa 2013
2013-2014 Arte Norte-Americana
Unidade/ciclo 1º Ciclo
Período Lectivo 1º Semestre
Docente Diana V. Almeida / Teresa Cid
Objetivos
Problematizar o conceito de arte, através da análise de manifestações artísticas variadas (desde o início do século XX até à contemporaneidade), de modo a apurar a sensibilidade estética e desenvolver modelos interpretativos válidos.
Contextualizar a arte dos Estados Unidos da América neste período histórico, estudando numa perspectiva dialógica “textos visuais” diversos, da pintura à fotografia, passando pela escultura, arquitetura e design.
Propor leituras intertextuais entre obras do campo das artes visuais e textos literários, tendo como paradigma de análise transversal o corpo, nas suas múltiplas significações.
Programa resumido
I. O que é a arte? Cânone e práticas institucionais
II. Como ler a arte através do “corpo”
III. Arte Norte-Americana
1. Travessias transatlânticas
Expatriados. Ashcan School. Fotografia como arte. Modernismos
2. Paisagens rurais e urbanas
Arranha-céus. New Deal, FSA. Regionalismo. Solidão existencial
3. O Império dos Sinais
Expressionismo Abstrato. Contaminações Artísticas. Arte Pop. Minimalismo
4. A Era da Ansiedade
Color Field Painting. Bay Area Figurative Movement. Land Art. Arte conceptual. Neo-Expressionismo.
5. Identidade de género
Pioneiras da arte feminista e mulheres artistas contemporânea
Bibliografia e elementos de estudo postos à disposição dos alunos
BERGER, John. Ways of Seeing. Londres: Penguin, 2008.
DOSS, Erika. Twentieth-Century American Art. Oxford: Oxford University Press, 2002.
HUGHES, Robert. American Visions: The Epic History of Art in America. Londres Harvill Press, 1999.
______ American Visions: A History of American Art & Architecture. PBS Home Video/ BBC Worldwide Americas, 1996.
JOSELIT, David. American Art since 1945. Londres: Thames & Hudson, 2003.
LEWIS, Michael J. American Art and Architecture. Londres: Thames & Hudson, 2006.
ORVELL, Miles. American Photography. Nova Iorque: Oxford University Press, 2003.
POHL, Francis K. Framing America: A Social History of American Art. Nova Iorque: Thames & Hudson, 2008.
WELTON, Donn (Org.). Body and Flesh: A Philosophical Reader. Malden, Blackwell, 2004.
Critérios de avaliação
Presenças – 5%
Participação (na aula e no blogue) – 10%
Tutoria — 10%
Apresentação oral – 30%
Trabalho escrito – 20%
Teste escrito – 25%
Acompanhamento e atendimento dos alunos: Sempre que necessitarem, os alunos poderão combinar com a professora encontros fora do tempo das aulas
Requisitos (caso existam): Amor à arte
Observações: Os alunos poderão consultar o blogue para terem ideia das dinâmicas desenvolvidas no âmbito desta disciplina nos anos anteriores —http://artenorteamericana-flul.blogspot.pt/
2013-2014 North American Art
Unidade/ciclo 1st Cycle
Período Lectivo 1st Semester
Docente Diana V. Almeida / Teresa Cid
Objetivos
To problematize the concept of art analyzing several objects (from the 20th century onwards) in order to develop aesthetically grounded reading competencies. To contextualize the US art in these historical contexts and to consider in a dialogical perspective several “visual texts,” from painting to photography, sculpture, architecture, and design. To develop intertextual links between works belonging to the field of the visual arts and literary texts, using the concept of the body, in its multitudinous meanings, as a framing device.
Programa resumido
I. What is art? Canon formation and institutional practices
II. How to read art through the “body”
III. North American Art
1. Transatlantic crossovers
Expatriates. Ashcan school. Photography as art. Modernisms.
2. Rural and urban landscapes
Skyscrapers. New Deal, FSA. Regionalism. Existencial solitude
3. The Empire of Signs
Abstract Expressionism. Artistic contaminations. Pop. Art. Minimalism
4. The Age of Anxiety
Color Field Painting. Bay Area Figurative Movement. Land Art. Conceptual art. Neo-Expressionism.
5. Gender Identity
The pioneers of feminist art and contemporary women artists
Bibliografia e elementos de estudo postos à disposição dos alunos
BERGER, John. Ways of Seeing. London: Penguin, 2008.
DOSS, Erika. Twentieth-Century American Art. Oxford: Oxford University Press, 2002.
HUGHES, Robert. American Visions: The Epic History of Art in America. London: Harvill Press, 1999.
______ American Visions: A History of American Art & Architecture. PBS Home Video/ BBC Worldwide Americas, 1996.
JOSELIT, David. American Art since 1945. London: Thames & Hudson, 2003.
LEWIS, Michael J. American Art and Architecture. London: Thames & Hudson, 2006.
ORVELL, Miles. American Photography. New York: Oxford University Press, 2003.
POHL, Francis K. Framing America: A Social History of American Art. New York: Thames & Hudson, 2008.
WELTON, Donn (Org.). Body and Flesh: A Philosophical Reader. Malden, Blackwell, 2004.
7. Critérios de avaliação
Attendance – 5%
Participation and written exercises – 15%
Research project and oral presentation – 35%
Text analysis – 15%
Written test – 30%
Whenever the students need the teacher will be available for extra-class meetings.
You must love art!
The students may visit the blog to get an idea of the dynamics developed in the last years — http://artenorteamericana-flul.blogspot.pt/
domingo, 13 de fevereiro de 2011
BERARDO OBSERVADORES | Revelações, Trânsitos e Distâncias
Um novo percurso pela Colecção Berardo
Inauguração: 14 de Fevereiro, 19h30 (piso -1)
Curadores: Jean-François Chougnet, Hugo Barata e Ana Rito.
No seu livro O Espectador Emancipado, Jacques Rancière discute o papel do observador perante o objecto teatral enunciando que o “paradoxo do espectador” está no cerne da discussão acerca das relações entre público e arte. Diz Rancière: «Este paradoxo é simples de formular. Não há teatro sem espectador (ainda que fosse um espectador único e secreto)».[1] A afirmação do filósofo francês, ainda que deva ser lida à luz da sua intervenção nos estudos sobre teatro e as suas reformas, estende-se por analogia às artes visuais na medida em que permite pensar o lugar do sujeito/espectador na sua afinidade com o objecto artístico. O título da mostra sublinha a relação triangular entre a obra de arte, o artista e o espectador. O artista observa, analisa, disseca o quotidiano e o extraordinário, ensaia, projecta e expõe. O espectador, por seu lado, percepciona, intuí, relaciona e interpreta. A obra assume o papel de interlocutor e mediador entre estes dois olhares. Reunindo um conjunto de autores cujas propostas evidenciam temáticas subjacentes a um discurso contemporâneo de introspecção, questionamento e reequacionamento das estruturas representacionais da arte, apresentam-se diferentes momentos e sublinham-se conceitos como a condição humana, o conceito de espaço, a transdisciplinaridade, a performance ou a teatralidade, desde as construções psicológicas de Louise Bourgeois e Tony Oursler, passando pelas experiências quase antropológicas de João Maria Gusmão & Pedro Paiva ou pela construção ficcionada do corpo-imagem de João Onofre. Os processos desmaterializantes de Mario Merz e Alighiero Boetti, o silêncio e a austeridade de Pedro Cabrita Reis ou a exploração dos mecanismos da performance apresentada em palco, no caso do coreógrafo Jerome Bel, são algumas das propostas da mostra. De destacar ainda a apresentação de documentação fotográfica e textual das obras Le Vide (Galeria Iris Clert, Paris, França, 1958) e Immaterieller Raum (Museu Haus Lange, Krefeld, Alemanha, 1961), de Yves Klein, cedências generosas dos Archives Yves Klein, Paris, que vêm dialogar com as obras deste autor pertencentes à Colecção Berardo.Serão apresentadas algumas obras instalativas de grande escala pela primeira vez, pertencentes à Colecção Berardo, assim como trabalhos de uma série de artistas convidados especificamente para este projecto.
[1] Rancière, Jacques, O Espectador Emancipado, Lisboa, Orfeu Negro, pág. 8
ARTISTAS DA COLECÇÃO BERARDO
Vito Acconci / Augusto Alves da Silva / Carl Andre / Giovanni Anselmo / Shusuku Arakawa / Richard Artschwager / César / Stephan Balkenhol / Michael Biberstein / Ashley Bickerton / Jean-Charles Blais / Peter Blake / Daniel Blaufuks / Alighiero Boetti / Christian Boltanski / Louise Bourgeois / Pedro Cabrita Reis / Fernando Calhau/ Amadeo de Sousa Cardoso / Alberto Carneiro / Lourdes Castro / Patrick Caulfield / Rui Chafes / Marc Chagall / Francesco Clemente / Enzo Cucchi / John De Andrea / Giorgio de Chirico / Damien Deroubaix / Marcel Duchamp / Max Ernst / Arman / Lucio Fontana / Antony Gormley / Andreas Gursky / João Maria Gusmão & Pedro Paiva / Nicky Hoberman / Gary Hume / On Kawara / William Kentridge / Anselm Kiefer / Edward Kienholz / Phillip King / Yves Klein / Balthus / Gustav Klucis / Imi Knoebel / Joseph Kosuth / Jannis Kounellis / Jean-Jacques Lebel / Sol Lewitt / Lazar El Lissitzky / Robert Longo / René Magritte / Kasemir Malevitch / Robert Mangold / André Masson / Mario Merz / Adriana Molder / Jorge Molder / Mariko Mori / Leonel Moura / Matt Mullican / Bruce Nauman / Claes Oldenburg / Dennis Oppenheim / Tony Oursler / Miguel Palma / João Penalva / Giuseppe Penone / Pablo Picasso / Michelangelo Pistoletto / Martial Raysse / Ad Reinhardt / Mark Rothko / Thomas Ruff / Edward Ruscha / Robert Ryman / David Salle / Julião Sarmento / Kurt Schwitters / George Segal / Andreas Serrano / Ernesto de Sousa / Daniel Spoerri / Haim Steinbach / Frank Stella / João Tabarra / William Tucker / James Turrell / Jacques Villeglé / William Wegman / Christo / Paul Winstanley / Francesca Woodman / Gilberto Zorio, entre outros.
ARTISTAS CONVIDADOS
João Onofre / Julião Sarmento / Julian Opie / Jerome Bel / Jan Fabre / Gordon Matta-Clark / Yves Klein / Bruce Nauman / Robert Smithson / Alexandre Farto / Bernardí Roig / Lawrence Wiener / Christian Jankowski / Louise Bourgeois / Douglas Gordon / Miguel Palma, entre outros