segunda-feira, 11 de junho de 2018

Alex Grey

Olá colegas! 
Espero que esta época de avaliações vos esteja a correr bem!

Venho hoje partilhar uma das séries do artista Alex Grey, Sacred Mirrors (1979-89).

O artista estatunidense nasceu em Coloumbus, Ohio a 29 de Novembro de 1953, no seio de uma família de classe média, em que o seu pai, designer gráfico, o incentivou a trabalhar a sua habilidade para o desenho. Frequentou a Columbus College of Art and Design entre 1971 a 1973, mas acabou por desistir e começou a pintar cartazes publicitário entre o último ano mencionao e 1974. Muda-se para Boston entre 74-75, para trabalhar como assistente do artista Jay Jaroslav, na School of the Museum of Fine Arts.
As suas crenças eram agnósticas, mas em 1975 passa por uma experiência enteógena que acaba por o mudar e aqui conhece a sua mulher, Allyson Rymland Grey. A experiência mística, induzida por LSD, acaba por passar a crença de Alex Grey para um transcendentialismo radical. Trabalha, também, no departamento de Anatomia da Havard Medical School, onde preparava os cadáveres para dissecção; posteriormente passa para o departamento Medicina da Mente/Corpo, conduzindo experiências científicas focadas em investigar as energias curativas.
O seu trabalho mais conhecido é a série Sacred Mirrors, onde apresenta um conjunto de vinte e uma peças. Nesta série apreende-se a passagem ritual entre os vários estados da mente quando sob efeito de experiências espirituais, como por exemplo a dos alucinogénios. Aqui, a primeira peça apresenta o mundo material, onde aparece uma silhueta humana sobre a tabela periódica, a segunda passa a um esqueleto e continua pela representação dos vários sistemas de órgãos corpo até chegar à pele, onde representa algumas etnias. A partir daqui, os seguintes quadros partem para o lado dos vários estados da mente à medida que o seu espírito vai-se abrindo, até chegar à forma de um sol, em fundo preto – o mundo espiritual.
A série começou em 1979 e terminou dez anos depois.Todos os elementos da história de Alex Grey são parte integrente do seu trabalho. É impossível não ficar “hipnotizado” pelo que a sua arte transparece. A conexão com a realidade espiritual, para a tela, é totalmente perceptível e o próprio espectador consegue sentir, quando observa as figuras humanas que são representadas em “raio-x”. Ganha-se também a percepção das cores e figuras místicas que saem do corpo do mesmo, são a sua alma, espiríto e experiência transcendente.

As obras conseguem transmitir uma espiritualidade palpável, a qual o espectador não fica indiferente.

Para conseguirem ver as imagens, vejam o link em baixo:
Série Sacred Mirrors e biografia do artista Alex Grey (consultado a 11 de Junho de 2018).

Partilho aqui também a que mais me impressionou:
Série Progress of the Soul (consultado a 11 de Junho de 2018).

Rafaela R. N. R. de Faria nº 147497

domingo, 3 de junho de 2018

The Hands Resist Him.

Venho partilhar com a turma esta obra um tanto quanto inquietante de Bill Stoneham. Devido à ligação deste quadro com a morte de três pessoas desde 1974 várias comunidades da internet tentam ainda hoje desvendar os seus mistérios.

The Hands Resist Him de Bill Stoneham, 1974

O artista inspirou-se numa fotografia de si mesmo tirada pelos pais na sua infância. Descreve a boneca da pintura como uma guia para um mundo fantástico de sonhos, sendo a porta atrás da criança o portal para este mundo. As mãos simbolizam diversas possibilidades e vidas alternativas dentro desta misteriosa dimensão.

Esta foi exposta na galeria Feingarten Gallery em Beverly Hills, tendo sido mais tarde comprada pelo ator John Marley. Alguns anos após a sua morte o quadro foi encontrado numa cervejaria pertencente a um casal idoso na Califórnia, descrição que constava no vendedor desta peça no eBay, comprada por $1,025.00 pela galeria Perception Gallery em Michigan.

A galeria entrou em contacto com Bill Stoneham para falar um pouco sobre a história e o mistério que rondam este quadro. O autor, surpreso com toda a repercussão que a obra originou na internet, revelou que tanto o dono da galeria como o crítico que a analisou morreram um ano depois de se envolverem com a mesma.

Convido-vos tanto a fazerem uma pesquisa aprofundada da obra se for do vosso interesse como a comentarem a vossa própria interpretação da mesma.

Post realizado por: Alexandre Pires 151033

Fontes:
https://www.dailydot.com/irl/hands-resist-him-haunted-ebay-painting/

Charles James - Sexualizando o Vestir?

Boa noite,

   Deixo-vos abaixo um post que simultaneamente atenta à obra de um dos designers de moda mais influentes do século XX e menciona uma artista que recorrentemente mencionámos em aula. Escolhi, assim, falar de Charles James (1906-1978) e sumariamente introduzir uma ligação interpretativa entre a sua obra e a de Georgia O'Keeffe (1887-1986).



Fig. 1: Retrato fotográfico de Charles James, Cecil Beaton, 1936, reprodução cortesia dos curadores do MET.

   Charles James (1906-1978), de nacionalidade Inglesa, foi produtor ativo nos EUA entre os anos finais da década de 20 e os finais dos anos 50 do século passado - com raras exceções. 
   
   Demonstrando desde cedo uma afinidade pelo design de têxteis, este viria a adquirir conhecimentos formais das áreas de engenharia e arquitetura durante uma breve estadia no departamento arquitetónico de Commonwealth Edison, em 1924 (Koda, H; Reeder, J.G, Charles James: Beyond Fashion, p. 18). Seriam estes mesmos conhecimentos que,  traduzidos em tecido, confeririam às suas peças de vestuário - principalmente aquelas produzidas entre os finais da década de 40 e meados da década de 50 - uma estruturalidade excecionalmente complexa. As suas peças - algumas das quais abaixo figuradas - possuém assim silhuetas que, no seu construír e exacerbar de uma silhueta feminina idealizada, são também detentoras de uma presença e dramatismo difereciadores.


Fig. 2: Vestido Tree e estola PétalasCharles James 1955, fotografia cortesia dos curadores do Fashion Institute of Technology.

   Olho agora o ponto que une ambos os artistas em questão, isto é, as interpretações sexualizantes a que as suas obras foram sujeites. 

   Atentando às peças acima figuradas não se podem deixar de notar, em primeiro instante, a uma saia que segue, acentua, a linha das ancas - tidos geralmente como símbolo de fertilidade - apenas para se alargar e"enraizar" (interpretação para a qual o título do vestido se inclina) no solo onde a sua usuária caminharia. Se vertermos os olhos de seguida para o topo do vestido, bem como para a estola que lhe acompanha, presenciamos ainda um "brotar" de elementos sugestivos de organicidade. Ocorrendo esta última na zona dos seios da mulher que lhe veste, é-nos transmitido de novo uma sugestão de fertilidade feminina. 

   Assumindo o caráter performativo do ato de vestir, é passível que lancêmos sobre a obra de Charles James - de que as peças mencionadas servem apenas como exemplo - interpretações que assentem na ideia da mulher como portadora de papéis sociais fortemente aliados ao ato reprodutivo, idealogização de ato - recordando o uso anterior de "enraizar" - que seria instrumental na perpetuação da sociedade patriarcal da época. Refiro agora que não pretendo necessariamente salientar na obra de James qualquer intencionalidade a este efeito.


Fig. 3: Grey Lines with Black, Blue and Yellow, Georgia O'Keeffe, c. 1923, reprodução fotográfica cortesia dos curadores do MET.

   Fazendo agora menção à artista visual mencionada nos parágrafos inaugurantes deste post, digo agora que às ligações visuais que se podem estabelecer com a obra de Georgia O'Keeffe - em particular entre obras como Grey Lines with Black, Blue and Yellow de cerca de 1923 e vestidos como o abaixo figurado - se acrescem paralelos relativos às interpretações sexualizantes que ambas as obras receberam. Tomando como exemplos as obras figuradas imediatamente acima e abaixo, e seguindo a linha interpretativa acima mencionada, refere-se que ambas seriam passivelmente ligadas a interpretações que as tomariam como representando lábios (genitais). 


Fig. 4: Ball Gown de Charles James, 1948, fotografia cortesia dos curadores do MET.

   No caso da obra - falando agora em sentido lato - de O'Keeffe, tal como foi amplamente falado em aula, as interpretações acima referidas - aliadas à leitura "mulher-natureza" nela perpetuada por Steiglitz - foram pela artista mal-recebidas. Não encontrei, até agora, uma citação revelatória da posição de James em relação às interpretações sexualizantes da sua obra. Penso, aliás que estas sejam relativamente recentes - ou pelo menos, que a sua presença alargada o seja. No entanto, a fim de deixar esta questão em aberto, deixo a seguinte sua citação, "My dresses help women discover figures they didn't know they had." e a pergunta "Quais eram estas figuras que ele lhes sabia ser verdadeiras e como é que ele lhes assumia?".

   Feito isto, e como extensão da vossa própria interpretação, sugiro a leitura do artigo de Christopher Harrity - cujo link está abaixo incluído - e que faz um breve comentário a uma faceta da produção artística de Charles James que se manteve inexplorada neste post.

   Boa época de avaliações!


Referências webgráficas:
  • Beaton, C. Charles James. Disponível em: https://agnautacouture.files.wordpress.com/2013/12/3-charles-james-photo-cecil-beaton-1929-high-res.jpg Acedido a 1 de Junho de 2018;
  • Curadores de Fashion Institute of Technology. Tree Evening Dress and Petal Stole. Disponível em: http://www.fitnyc.edu/museum/images/forceofnature-p87.31.11.jpg Acedido a 23 de Maio de 2018;
  • Curadores de The Metropolitan Museum of Art. Ball gown. Disponível em: https://images.metmuseum.org/CRDImages/ci/web-large/54.141.94_CP3.jpg Acedido a 28 de Maio de 2018;
  • Curadores de The Museum of Fine Arts, Houston. Grey Lines with Black, Blue and Yellow. Disponível em: https://static.mfah.com/collection/45552.jpg?maxWidth=550&maxHeight=550&format=jpg&quality=90
  • Harrity, C. In the Galleries: The Erotic Tension of Charles James. Disponível em: https://www.advocate.com/arts-entertainment/art/2014/09/23/galleries-erotic-tension-charles-james?pg=2#article-content Acedido a 30 de Maio de 2018;
  • James, C. Quote. Disponível em: http://www.azquotes.com/quote/923648 Acedido a 28 de Maio 2018;
  • Koda, H; Reeder, J.G. Charles James: Beyond Fashion. Disponível em: https://books.google.pt/books?id=B22DAwAAQBAJ&pg=PA18&lpg=PA18&dq=charles+james+samuel+insull+architecture&source=bl&ots=hYiCmMzNYm&sig=Il_tdm5eXaMafo29AYs0mwA123Y&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwin8aX297fbAhVIWBQKHUXkDdsQ6AEITjAJ#v=onepage&q=charles%20james%20samuel%20insull%20architecture&f=false Acedido a 26 de Maio de 2018;
  • Smith, R. Charles James: 'Beneath the Dress'. Disponível em: https://www.nytimes.com/2014/10/03/arts/design/charles-james-beneath-the-dress.html Acedido a 1 de Junho de 2018;
  • Smith, R. Where Elegance Meets Eros. Disponível: https://www.nytimes.com/2014/05/09/arts/design/charles-james-beyond-fashion-a-retrospective-at-the-met.html Acedido a 29 de Maio de 2018.

   Post realizado por: Lily Farlan Kingston Chadwick - nº145710




quinta-feira, 31 de maio de 2018

"Tulsa", de Larry Clark

Lawrence Donald Clark (1943-) é um fotógrafo e cineasta americano, conhecido por representar nos seus trabalhos jovens em atos de violência, usando de drogas ou envolvidos em práticas sexuais. O seu trabalho mais conhecido é o filme Kids, de 1995.

O álbum Tulsa reúne um conjunto de fotografias a preto e branco retratando a vida dos jovens em Tulsa, Oklahoma. A sua publicação em 1971 "causou sensação na comunidade fotográfica", levando a um novo interesse pelo trabalho autobiográfico. Clark era viciado em drogas durante o período em que tirou as fotografias e na introdução à obra faz a seguinte declaração: "I was born in Tulsa, Oklahoma in 1943. When I was 16, I started shooting amphetamine. I shot with my friends every day for three years and then left town, but I've gone back through the years. Once the needle goes in, it never comes out".

Tulsa continua a ser o seu livro mais visceral, pois dá-nos a visão de alguém que está por dentro dos loucos anos 1960, o que acabou por conferir uma grande autenticidade ao seu trabalho.

Deixo aqui algumas imagens desta obra.

Billy with Baby.


Dead, 1970


Jack and Lynn Johnson, Oklahoma City, 1973



Ana Catarina Nunes, 139071

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Pop Art no mundo da Moda

A Pop Art foi um movimento artístico surgido no final da década de 1950, em Inglaterra, que  alcançou o seu auge na década de 1960, nos Estados Unidos.  Inspirados na estética das massas, estes artistas problematizavam a cultura popular de consumo, realizando uma ruptura com os valores elitistas da sociedade, e abraçando as experiências mundanas, através do uso de imagens publicitárias. A Pop Art é, pois, considerada um marco importante na transição da modernidade para o pós-modernismo. 
Andy Warhol,  é provavelmente o primeiro ícone de Pop Art, tornando-se uma figura influente no mundo da moda. Ele iniciou sua carreira como ilustrador de moda, tendo trabalhado para revistas como a Glamour, a Mademoiselle e  a Vogue. Warhol foi também um dos primeiros artistas a transformar a sua arte em itens de moda. Assim Pop Art sofreu influências da cultura popular e posteriormente a moda (alta costura) entrou em cena com itens produzidos em massa (consumismo e mediatização). 
Posteriormente, Yves Saint Laurent foi um dos primeiros estilistas a estabelecer este diálogo, quando lançou o vestido Mondrian, na sua coleção intitulada “Pop Art” (Outono/Inverno, 1966)

fig.1 - The Mondrian Dress by Yves Saint Laurent, 1966
Também, Gianni Versace que utilizou uma gravura de Marilyn Monroe na estampa temática dos seus vestidos e, Christian Dior  que lançou uma coleção inspirada nos esboços dos calçados de Warhol.


fig.2 - Versace, Spring-Summer, 1991



fig.3 - Dior – Coleção de bolsas e sapatos inspirados em Andy Warhol
Trabalho realizado por: Beatriz Catarino Ferreira (Nº146074)

De obra censurada a exposta



Barbara Carrasco, L.A. History: A Mexican Perspective, 1981 Acrílico sobre painéis de madeira e Masonite 16–20 x 80 pés


Olá a todos, venho partilhar convosco um mural que a cidade de Los Angeles recuperou e que esteve censurado cerca de quatro décadas. A obra foi criada pela artista Barbara Carrasco para comemorar o bicentenário da cidade de Los Angeles em 1981, mas acabou por não ser exposta, pois apresentava a história da cidade de um ponto de vista considerado à época "demasiado mexicano." A decisão, por exemplo, de mostrar o rosto de Biddy Mason, o último escravo de Los Angeles, também, não foi bem recebida na época. 
Barbara Carrasco nunca imaginou, que a sua obra iria ser apanhada num conflito entre a versão institucional da história de Los Angeles e o seu ponto de vista feminino como chicana. No entanto, a censura falou mais alto e a artista foi convidada a eliminar o conteúdo considerado sensível.  Porém, Carrasco recusou-se a apagar as imagens - 14 no total - que agora podem ser vistas no Museu de História Natural de Los Angeles. 
A artista Yreina Cervante a pintar uma secção do mural 1981
Grupo de jovens a pintar secções do mural, 1981

                                                                           
Fontes
http://pt.euronews.com/2018/03/08/los-angeles-acolhe-mural-sem-censura-
http://muralesrebeldes.org/la-history/
https://nhm.org/site/explore-exhibits/special-exhibits/sin-censura#


Rute Ventura nº 146116

terça-feira, 29 de maio de 2018

Marina Abramović e 1 Milhão de Volts

"You see, what is my purpose of performance artist is to stage certain difficulties and stage the fear, the primordial fear of pain, of dying, all of which we have in our lives, and then stage them in front of audience and go through them and tell the audience: I'm your mirror; if I can do this in my life, you can do it in yours."
Photograph by Ruven Afanador
A artista Marina Abramović, com 71 anos, é uma referência mundial, conhecida por ter chocado o mundo com as suas performances, ao longo da sua vasta carreira. A sua arte desafia diretamente o público com audácia: deu liberdade ao público a intervir no seu corpo com um conjunto de objetos incluindo uma arma carregada (Rhythm 0, 1974); cortou a própria barriga com uma lâmina de barbear e chicoteou-se  (Thomas Lips, 1975). Como a artista afirma na citação acima transcrita, a essência do seu trabalho é a partilha da “experiência” entre público e artista. A performance surgiu em 1960 como um desafio à pintura e é uma forma de arte onde o medium é o corpo, sendo que Marina Abramović  usa o corpo para expor opiniões violentas ou provocatórias.
 
O mês passado, ao consultar o site The Times, deparei-me com mais uma notícia, chocante (ou não!) da artista — em 2020 esta irá ser eletrocutada com uma carga de um milhão de volts, com o intuito de apagar uma simples vela. Outra novidade, não menos chocante, é que, em 250 anos, esta será a primeira mulher artista admitida na galeria principal da Royal Academy. Uma vez mais Marina Abramović vai pôr em prática a sua capacidade de chocar o público, com uma performance que coloca em risco a própria vida.

Convido todas e todos a lerem a notícia, para ficarem a saber mais pormenores acerca desta performance, deixo ainda um link para um documentário interessantíssimo acerca da performance "The Artist is Present", realizada no Museum of Modern Art de Nova Iorque, em 2010.

Bom estudo :)
Isabel Da Silva

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Dois livros = Dois Guias

Olá colegas!!

Venho partilhar hoje dois livros que encontrei, um sobre os Estados Unidos da América nos anos 1960 e outro sobre Andy Warhol, escrito por Klaus Honnef.

O primeiro livro chama-se The Columbia Guide to America in the 1960s, de David Farber e Beth Bailey. Trata-se de um guia completo sobre a cultura, economia, política e sociedade norte-americanas, dividido por capítulos com títulos concisos, o que facilita bastante a pesquisa, sendo, para mais, a linguagem usada bastante acessível. Podemos aqui encontrar diversos tópicos discutidos nas aulas, como a contra-cultura juvenil, os movimentos dos direitos civis, entre outros assuntos, facilitando o nosso conhecimento sobre o contexto da década de 1960.

Outro livro que poderá ser útil é Andy Warhol 1928-1987 Commerce into art, de Klaus Honnef. O autor dá-nos a conhecer a vida do artista, sempre envolta num grande mistério, o que nos ajuda a perceber certos pormenores da obra do artista e da evolução do seu estatuto, levando-nos a criar o nosso próprio imaginário sobre esta "pop star".

Deixo-vos aqui os links para os livros em questão





'Her Body and Other Parties'_Carmen Maria Machado



Embora esta cadeira se foque em artes visuais, a proposta interdisciplinar das nossas apresentações, combinada com os temas de género e corpo, fez-me lembrar a antologia de contos curtos Her Body and Other Parties, que talvez possa ser colocada em paralelo com os nossos estudos de maneira interessante.
Carmen Maria Machado é uma autora contemporânea americana, e apesar de este ser o seu primeiro livro, anteriormente ela publicou contos em periódicos de renome, como a Granta, The New York Times e The New Yorker.  Esta obra foi nomeada para o National Book Award e muitos outros prémios e tem chamado atenção mundialmente, desde a sua publicação em outubro passado.
Os contos de Carmen Maria Machado são firmemente enraizados nas ansiedades contemporâneas de feminilidade; contudo, apesar de muitas vezes as narrativas serem situadas num mundo muito parecido com o nosso, a autora hiperboliza diversas características dos ambientes retratados, usando a ambiguidade como uma ferramenta para construir os seus próprios universos. O resultado é uma fusão de elementos distópicos e fantásticas, numa espécie de realismo mágico, com elementos de ficção científica.
O corpo é uma constante que junta todos os contos. Carmen Maria Machado trata-o em várias manifestações — do corpo queer, ao corpo maternal (estes dois são combinados no conto “Mothers”), passando pela preocupação com o corpo ideal, ou pelo corpo como espaço traumático. Particularmente no conto “Eight Bites”, podemos ler a representação do corpo como uma massa externa em paralelo com as esculturas de Louise Bourgeois: não posso dizer mais sem fazer um spoiler, por isso convido-vos a ler o livro para poderem tirar as vossas próprias conclusões!
Recomendo mesmo que comprem o livro, uma das melhores coisas que li nos últimos anos (só comparável a The Bloody Chamber, de Angela Carter), mas se quiserem começar por espreitar, há alguns contos disponíveis online, incluindo “Eight Bites”, “The Husband Stitch”, “Especially Heinous” e “Mothers”.

Eleanor Weinel

Another Kind of Life - Photography on the Margins

A recente exposição "Another Kind of Life - Photography on the Margins", no Barbican Centre, em Londres, tratou muitos dos assuntos que discutimos na nossa cadeira este semestre, tal como a importância e a relevância da fotografia de documentário, noções de corpo e género, ou a arte como um esforço social para a mudança. A questão que reúne os vinte fotógrafos selecionados é o retrato da vida fora do comum, conferindo visibilidade às várias comunidades marginalizados mundialmente.
Paz Errázuriz, Evelyn, Santiago, 1983, da série La manzana de Adán [Adam’s Apple]
Algumas das obras que mais me interessaram foram os retratos duma comunidade de trabalhadores do sexo transgénero, no Chile tiradas por Paz Errázuriz nos anos 1980. Embora sejam da mesma época  os retratos de Andy Warhol em drag (onde o género é tratado como uma brincadeira com a identidade, um ato subversivo, mas sem consequências sociais), as imagens de Errázuriz são uma forma de resistência tendo em conta o contexto político de ditadura, quando a violência policial contra pessoas não conformistas era comum.
Paz Errázuriz, Pilar, Santiago, 1983, da série La manzana de Adán [Adam’s Apple]
Em contraste com o trabalho de Dorothea Lange para a FSA, em que as fotografias são retratos feitos em viagem entre comunidades de uma maneira mais transitória, o projeto de Errazúriz foi realizado ao longo de 4 anos, partindo de uma relação pessoal entre a fotógrafa e os sujeitos representados - ela conviveu com eles e as fotografias foram feitas em colaboração, para provocar questões sobre a construção de identidade, as "vidas subterrâneas" e a expressão de si próprio como forma de resistência política.

Cliquem aqui para descobrir mais sobre a exposição (que reuniu muitos mais fotógrafos interessantes) e se quiserem saber um pouco mais sobre esta artista cliquem aqui, para lerem uma entrevista dela.

Eleanor Weinel

domingo, 27 de maio de 2018

Irving Penn


Irving Penn (1917-2009) foi um fotógrafo estado-unidense conhecido pela sua fotografia de moda, retratos e naturezas mortas. Trabalhou na revista Vogue e fez trabalhos de publicidade para empresas como a Clinique. As fotografias de Penn mostram uma grande atenção ao detalhe e o artista experimentou várias técnicas inovadoras incluindo técnicas de impressão em alumínio. As suas impressões a preto e branco são notáveis pelo intenso contraste, que lhes confere um aspecto bastante nítido.

                                                                          Irving Penn, Man Lighting Girl's Cigarette, 1949

Esta fotografia apresenta a modelo Jean Patchett em segundo plano, atrás de uma garrafa de vidro semi-cheia. Na parte superior da garrafa forma-se o reflexo desfocado da modelo que desenvolve uma forma semi-abstracta, iluminada pela luz reflectida na garrafa e criando um contraste com o plano de fundo. A garrafa está pousada sobre uma superfície plana com a sombra dos objectos desfocados em segundo plano, como um copo de pé em vidro do lado esquerdo da garrafa, também semi-cheio.

A atravessar o copo aparece o braço da modelo, coberto até ao cotovelo por uma luva preta, e o ombro, com a alça do vestido preto. Patchett aparece depois do lado direito da garrafa, vendo-se ainda o seu rosto, o outro ombro e o braço. Ela está de perfil com o rosto ligeiramente inclinado para cima, tem um olho fechado e os lábios esticados para o cigarro, seguro entre os dedos. Em plano de fundo está um ambiente pouco nítido com manchas escuras na zona superior da imagem. Já dentro da garrafa aparece um reflexo desfocado e distorcido da modelo com o pescoço alongado. Na zona escura da garrafa onde está o líquido, está reflectido um corpo pouco nítido e escuro, com a cabeça cortada.

A fotografia é composta por linhas verticais e diagonais. Através do vidro é marcada na imagem uma linha vertical no centro da garrafa. Esta linha guia o olhar para o centro de interesse, a modelo, e o facto de a posição da câmara ser ligeiramente contra-picada confere à garrafa alguma imponência. Já a linha horizontal transmite sentido de continuidade, dá a ideia de que existem mais elementos que não ficaram captados na imagem.
O centro de interesse é destacado pela sua tonalidade escura: em contraste com o ambiente claro, os cantos têm manchas escuras e na área inferior da imagem existe também uma faixa negra.

Quanto à análise conotativa, torna-se relevante todo o lado misterioso e abstrato da fotografia. A imagem desfigurada da modelo refletida na garrafa leva o espectador a questionar o seu propósito, sendo que esta fotografia em particular se destina ao público do mundo da moda. No entanto, o pescoço alongado e a inclinação que o reflexo toma conferem à imagem um cariz sofisticado e requintado. Por outro lado, a posição em que a fotografia foi capturada dá a ideia de se tratar do ponto de vista de um espectador a espreitar por baixo de uma mesa. Essa posição contra-picada dá à modelo uma aura de poder e de autoridade.
Penn leva o público a questionar-se sobre o significado das suas fotografias e capta a atenção através da excentricidade dos seus planos e enquadramentos.

Ana Catarina Nunes, 139071

sábado, 26 de maio de 2018

Jeff Koons


Hello Everybody,
since we mentioned the name Jeff Koons in one of our classes I realized that I know almost nothing about an artist who is one of the most successful in our time. So, I have read some articles and I wanted to share the results of my research with you.

Jeff Koons by Harold Cunningham/Getty Images Website Vanity Fair
Jeff Koons is one of the most famous contemporary artists alive and undeniably one of the most polarizing. Born in Pennsylvania in 1955, Koons moved to New York after receiving his BFA at the School of the Art Institute of Chicago and the Maryland Institute College of Art in Baltimore. In 1980, he had his first solo exhibition in New York and since then he can be seen as “something of an art-world boy wonder” (The Guardian 2018).
Since an auction in November 2012, where Christie's sold of one of his Balloon Dogs (Orange) for US$58.4, Koon’s work became the most expensive work by a living artist ever sold at auctions. 

Ballon Dog (Orange)
mirror-polished stainless steel with transparent color coating

121 x 143 x 45 inches 
307.3 x 363.2 x 114.3 cm 
© Jeff Koons
5 unique versions (Blue, Magenta, Yellow, Orange, Red)
1994-2000

Puppy 

stainless steel, wood (at Arolsen only)

, soil, geotextile fabric, internal irrigation system,

live flowering plants 

486 x 486 x 256 inches 
1234.4 x 1234.4 x 650.2 cm 
© Jeff Koons 1992
The 63 years old American artist is widely known for his iconic monumental sculptures, such as balloon animals produced in stainless steel with mirror-finish surfaces (for instance Rabbit, Balloon Dog and Puppy). In his work he satirizes objects of consumer and popular culture society, for example by making trinket figures or rococo figures in ceramics. As a form of presentation, he chooses the imitation or alienation of the objects which he selected partly from the field of advertising or porn industry. By playing with objects from everyday life and ‘kitsch culture’ he created an artistic transition and a crossing between art and ‘kitsch’.
Micheal Jackson and Bubbles
porcelain, 
42 x 70 1/2 x 32 1/2 inches 

106.7 x 179.1 x 82.6 cm 
© Jeff Koons
Edition of 3 plus AP 
1988
I found a very interesting article on Koons and his work in which the author claims that Marcel Duchamp ‘begat’ Robert Rauschenberg and Jasper Johns, who begat Andy Warhol, who begat Jeff Koons. I think it is a very reasonable thought to see Marcel Duchamp - who roughly a hundred years ago produced his first Readymades – as an ‘ancestor’ of Jeff Koons. Furthermore, there are some facts that could link Andy Warhol and Koons to one another, for instance, the presentation of work under an assortment of series and brand names or the work in a ‘factory’…

Jeff Koons in his Studio in Chelsea, New York
I am not sure what to think about Koon's art myself, I do not find it exceedingly beautiful or that much aesthetic but I am in a sense fascinated by how the art world functions and why Koon's art became so popular and so expensive, even if he is not even producing all of it with his own hands...

I recommend the article "Jeff Koons: ‘People respond to banal things – they don’t accept their own history’”, by Emma Brockes, published in The Guardian, in June 2015. The author discusses the question “Are the critics right to dismiss his work as ‘smug’ and ‘baloney’, or is he justified in saying it teaches us a vital lesson about materialism?”.

I wish all of you a brilliant weekend,
Joana da Silva Duering N° 152336


Sources