terça-feira, 12 de abril de 2011

Frank Lloyd Wright / Walt Whitam







Walt Whitman, "A Song of the Open Road" (Leaves of Grass )
...

From this hour I ordain myself loos'd of limits and imaginary lines,
Going where I list, my own master total and absolute,
Listening to others, considering well what they say,
Pausing, searching, receiving, contemplating,
Gently, but with undeniable will, divesting myself of the holds that
would hold me.

I inhale great draughts of space,
The east and the west are mine, and the north and the south are mine.

I am larger, better than I thought,
I did not know I held so much goodness.

All seems beautiful to me,
I can repeat over to men and women You have done such good to me
I would do the same to you,
I will recruit for myself and you as I go,
I will scatter myself among men and women as I go,
I will toss a new gladness and roughness among them,
Whoever denies me it shall not trouble me,
Whoever accepts me he or she shall be blessed and shall bless me.


Frank Lloyd Wright (1867-1959) foi considerado postumamente como o mais importante arquitecto americano de todos os tempos pelo Instituto Americano de Arquitectura. Com mais de 1000 projectos, dos quais mais de 500 foram concluídos, este arquitecto, designer de interiores, escritor e professor é, sem dúvida, uma das pessoas mais importantes do século XX nos EUA. É um dos grandes promotores da arquitectura orgânica, cujo exemplo máximo é a Falling Water, aqui analisada e que consiste numa integração da casa na Natureza circundante; lidera o movimento da Prairie School e desenvolve o conceito de Usonian home (a verdadeira casa estadunidense). Torna-se no arquitecto mais procurado, original e inovador da sua época e desenvolve projectos para igrejas, arranha-céus, fábricas, empresas, museus e algumas casas particulares. No final da vida, debruça-se sobre aquela que se tornou a sua obra mais emblemática - o Museu Guggenheim, em Nova Iorque.

Walt Whitman (1819-1892) foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano. Whitman é um dos poetas mais influentes na poesia norte-americana e é frequentemente considerado como o pai do verso livre. Whitman é um humanista que viveu e escreveu no período de transição entre o transcendentalismo e o realismo, adoptando ambas as correntes literárias na sua obra. Foi enfermeiro voluntário durante a Guerra Civil. A sua obra mais conhecida, Leaves of Grass, foi publicada em 1855 com o seu próprio dinheiro. A sua poesia gerou uma grande controvérsia entre os seus contemporâneos, que o consideravam obsceno pela sexualidade explícita e demasiado presente na sua poesia.

Whitman e Wright partilham uma irreverência e originalidade únicas para época. Nenhum segue uma estrutura imposta, há uma fluidez de linhas estruturantes comum a ambos - a paisagem do Oeste inspira Whitman ao verso livre e Wight à composição das suas casas através de uma série de linhas horizontais. O poema e a casa têm em comum a forma como recebem o espaço, todo o espaço, enquadrado pelos pontos cardeais - a amplitude do corpo poético reflecte-se na amplitude da casa. A realização humana de que o poema fala reflecte-se no espaço de habitação: feito para o outro, para que este se possa sentir realizado da mesma forma como Wright se sentiu ao construi-lo. É uma espécie de retorno e de agradecimento (benção), como também é referido do poema.

Bibliografia:
GRIGOR, Murray. The Architecture of Frank Lloyd Wright. ABC Entrepreses, 1983.

HUGHES, Robert. American Visions: The Wave From the Atlantic - Episode 5.

KAUFMANN, Edgar Jr. Falling Water: A Frank Lloyd Wright Country House. New York, Abbeville Press, 1986.

http://en.wikipedia.org/wiki/Frank_Lloyd_Wright#cite_note-autogenerated1-0

http://en.wikipedia.org/wiki/Walt_Whitman#Legacy_and_influence

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Edward Hopper e Edward Hirsch



Edward Hopper, House by the Railroad (1925) (61 x 73.7 cm)


“Edward Hopper and the House by the Railroad” (1982)
Out here in the exact middle of the day,
This strange, gawky house has the expression
Of someone being stared at, someone holding
His breath underwater, hushed and expectant;
This house is ashamed of itself, ashamed
Of its fantastic mansard rooftop
And its pseudo-Gothic porch, ashamed
of its shoulders and large, awkward hands.
But the man behind the easel is relentless.
He is as brutal as sunlight, and believes
The house must have done something horrible
To the people who once lived here
Because now it is so desperately empty,
It must have done something to the sky
Because the sky, too, is utterly vacant
And devoid of meaning. There are no
Trees or shrubs anywhere--the house
Must have done something against the earth.
All that is present is a single pair of tracks
Straightening into the distance. No trains pass.
Now the stranger returns to this place daily
Until the house begins to suspect
That the man, too, is desolate, desolate
And even ashamed. Soon the house starts
To stare frankly at the man. And somehow
The empty white canvas slowly takes on
The expression of someone who is unnerved,
Someone holding his breath underwater.
And then one day the man simply disappears.
He is a last afternoon shadow moving
Across the tracks, making its way
Through the vast, darkening fields.
This man will paint other abandoned mansions,
And faded cafeteria windows, and poorly lettered
Storefronts on the edges of small towns.
Always they will have this same expression,
The utterly naked look of someone
Being stared at, someone American and gawky.
Someone who is about to be left alone
Again, and can no longer stand it.
Edward Hirsch

Biografia de Edward Hopper
Edward Hopper (1882 – 1967) foi um dos pintores realistas mais influentes do século XX, sendo muitas das suas obras ainda hoje utilizadas noutros meios de comunicação, como a televisão e o cinema, como se pode verificar com uma das suas obras mais conhecidas: Nighthawks (1942). Hopper nasceu em Nyack, Nova Iorque, e estudou na “New York School of Illustration” e na “New York School of Art”, onde teve como professor Robert Henri, mentor da Aschan School. E também esteve, mais tarde, em Paris. Mas foi apenas em 1924 que Hopper teve sucesso como artista.
Hopper era um pintor meticuloso e metódico, que se dedicava demoradamente às suas obras. O artista explorou as temáticas da solidão e desolação como características da vida citadina, reforçando este efeito através dos efeitos de luz e sombra, da alternância entre cenários interiores e exteriores e de personagens anónimas e absortas nos seus próprios pensamentos e problemas. Embora algumas das suas obras não possuíssem personagens, não perdiam, no entanto, o seu carácter solitário e melancólico. Embora Hopper não tenha pertencido a nenhuma escola artística, a sua obra aproxima-se da pintura de Thomas Eakins (1844 – 1916), não apenas pelo seu recurso às convenções realistas, mas também pela forma como ambos eram fiéis à sua visão do mundo. No entanto, enquanto que Eakins tendia a retratar os personagens dos seus quadros de forma activa e impressionante, Hopper retratava-os como sendo mais passivos, solitários e introspectivos.
A obra em questão: House by the Railroad, exemplifica o modo como Hopper utilizava certos elementos horizontais, neste caso a linha de comboio, como fronteira entre o mundo do quadro e o mundo do observador, atribuindo ao quadro uma sensação de impenetrabilidade e isolamento, bem como a sua utilização de cores suaves e manipulação hábil das sombras.

Biografia de Edward Hirsch

Edward Hirsch, nascido em Chicago, em 1950, é poeta e crítico. O poema em questão faz parte da sua segunda colectânea de poemas: “Wild Gratitude”, pela qual recebeu a “National Book Critics Circle Award” em 1986, e faz também parte do livro “The Poetry of Solitude: A Tribute to Edward Hopper”, de Gail Levin, uma antologia de poemas sobre várias das obras de Edward Hopper.


Relação entre o quadro e o poema

O poema pode ser visto como uma recriação do quadro, e também como um processo hipotético através do qual este poderá ter sido concebido, pelo que os pontos em comum entre ambos são claros. Este vem, no entanto, elaborar acerca de elementos sobre os quais o quadro nos permite apenas especular, em particular a presença ficcional do artista responsável por este como personagem, e a sua relação com a casa e o lugar nos quais o quadro poderá ter sido baseado. Para este efeito, o autor utiliza uma personificação da própria casa e inverte os papéis do pintor e da casa, criando uma relação ténue e distante entre o observador e o objecto observado, que nunca passa desse nível, e que é reforçada pela forma como no quadro a linha de comboio parece actuar como fronteira ou muro, representando, neste caso, a distância intransponível entre as duas personagens do poema. O poeta refere também a forma como a casa se encontra completamente isolada, descrevendo esse isolamento como uma forma de castigo por algum acto não mencionado, o que combina com a forma como, no quadro, a casa se encontra completamente isolada, o que é reforçado pelo facto de não se ver ninguém à janela, nem árvores nas redondezas ou nuvens no céu. Também pode ser visto como ponto extremo desta solidão a forma como, apesar de aparentemente abandonada, a casa não apresentar sinais visíveis de degradação, o que indica uma existência tão solitária ao ponto de nem se encontrarem presentes elementos decompositores, como a acção de insectos ou do clima. O poema vem, como tal, complementar o quadro, ao atribuir-lhe um contexto hipotético (ainda que vago), e, ao entabular um diálogo com o universo do quadro, quebra, de certo modo, a solidão do seu criador.


Bibliografia
Hughes, Robert. American Visions: Steamlines and Breadlines (Episódio 6)
http://www.edwardhopper.info/
http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Hopper#Personality_and_vision
http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Hirsch
http://www.artchive.com/artchive/H/hopper/house_by_rr.jpg.html
http://edsitement.neh.gov/lesson-plan/edward-hoppers-house-railroad-painting-poem#sect-introduction

João Rui Gonçalves nº 37896

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Palestra Mark Rothko



Conforme programado, a nossa aula de quarta-feira, dia 13 de Abril
vai decorrer na sala de vídeo (junto ao bar velho),
onde ouviremos uma palestra sobre Mark Rothko
proferida por João Peneda (Professor FBAUL).

É importante verem o episódio 7 do American Visions para estarem dentro do contexto artístico da época e poderem compreender melhor a informação transmitida.

Apareçam e convidem amigos!