sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

teste 7 jan. 2016

Teste a 7 de janeiro de 2016, na sala de vídeo (onde tivemos aulas durante todo o semestre), entre as 18 e as 20h, com 30 minutos de tolerância. Podem consultar material escrito (apontamentos, ensaios anotados). 

Dicas de preparação — invistam no estudo de um/a artista da nossa lista oficial do reino [consultem os tópicos de vídeo], que não tenha sido alvo de apresentação oral nem de aprofundamento (refiro-me a artistas aos quais dedicámos uma aula inteira, com exceção de LBourgeois e CSherman, que poderão ser por vós eleitas). Tenham em conta que o paradigma de leitura transversal é a corporalidade e releiam, pois, com particular atenção o texto da EGrosz. 


Festas luminosas para todos nós*

Louise Bourgeois


Deixo-vos aqui o vídeo por nós visionado ontem e ainda o artigo "The Phallic Woman", que considera o percurso criativo de Bourgeois e reproduz as suas principais obras (muitas das quais referidas no ensaio constante da bibliografia da cadeira).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Pronome Neutro

Para além dos pronomes "he" and "she", que indicam o género masculino ou feminino, existe aindo o pronome "they". Este pronome pode ser usada na forma plural ou singular, indicando um género neutro, tal como é explicado no vídeo. O uso singular do "they" é possível hoje em dia (ex. "The mailman dropped something"/"What did they bring?") e vem desde os tempos de Shakespeare (ex. "​Tis meet that some more audience than a mother, since nature makes them partial, should o'erhear the speech", Shakespeare, Hamlet, 1599).


Matilde Gouveia

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Arte e política

A propósito do artigo escrito pelo coletivo "Occupy Your Museums", sugiro que consultem estes dois links — vídeo feito por ativistas e página de protesto contra uso da arte pelas corporações mais poluentes do planeta como estratégia de marketing...

"Ten performers were arrested today at the Louvre for challenging its sponsorship by oil companies Total and Eni. But they managed to smuggle a phone into their cell to get this message out." Check it out here + End oil sponsorship of the Arts platform here

1st European Peace Summit

"Many young European leaders are in charge of youth organizations aiming to improve our society. But how can we accomplish such a challenging task?

The 1st European Peace Summit is organized in the frames of Peace Revolution, from World Peace Initiative Foundation. Peace Revolution is a free online self-development project aiming to promote a culture of peace through the practice of mindfulness and meditation. Peace Revolution’s slogan, Peace In Peace Out, stands for each individual’s choice to be the change they want to see in the world. So, through individual mindful action, we can make sustainable world peace a tangible reality.
This summit aims to provide a unique opportunity for youth organizations from Europe to connect with each other, to learn how to be mindful and conscious at professional and personal levels, to discover their inner potential, talents and capabilities from a different perspective, and to progress and act together for a better and more peaceful future.
The program of the summit will focus on both Individual and Organizational Development and will treat topics such as Health Benefits of Meditation, the Art of Conversation, Conscious Leadership and Supportive Work Environment.

Are you ready to get inspired and bring your organization to the next level? If the answer is yes, check the eligibility criteria below and apply for the summit today! Together we can do much more, so let’s start now!"

More info here


Errata_AUTORia "Pedras no caminho"

Face ao comentário do Raul sobre a polémica em torno da autoria do poema por ele escolhido para diálogo com a obra de R. Smithson, decidi investigar e... afinal, o texto é atribuído a um tal Augusto Curry (autor brasileiro, como se nota, aliás, pelo uso dos pronomes clíticos no dito texto). Podem ler mais informação aqui e aqui. Moral da história: por favor, verifiquem sempre as vossas fontes de futuro!

E, para nos rirmos todos um bocado, partilho a imagem de perfil de uma página no Facebook que se dedica a desmistificar a falsa autoria de Fernando Pessoa — chama-se "A Pessoa o que é de Pessoa"






quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Joana Machado (site), compositora e cantora de jazz, uma ex-aluna talentosa, que (numa das aulas do seminário de Mestrado/Doutoramento) nos agraciou com uma composição inspirada na obra da fotógrafa Sally Mann. Novo álbum a sair no início de 2016; podem ouvir o anterior aqui.
 

gosto*

H.R. Giger, pai de "Alien"

Aqui deixo como a sugestão para o fim-de-semana ou férias um excelente documentário sobre o artista mais misterioso do nosso século. H.R Giger (1940-2014), artista plástico que criou a imagem do "alien", inspirado no surrealismo e no sci-fi. Os seus controversos e perturbadores trabalhos são de um fascínio extraordinário e deixaram uma marca única no mundo do cinema estadounidense.
Darya

Feedback Análise Texto


FLUL / Arte Norte-Americana
Diana V. Almeida / 2015-2016

Notas para análise do excerto de D. Arnold

·      Normas de apresentação: página de rosto / cabeçalho (referência instituição, cadeira, professor, ano letivo, autor); texto alinhado; bibliografia seguindo normas indicadas (MLA)
·      Questões formais: elos coesivos (como articular os elementos do texto de modo a construir um todo coerente); argumentação (progressão lógica e estrutura textual); exemplos ilustrativos (retirar conclusões da leitura proposta para o vosso argumento)
·      Metodologia: ler o excerto apresentado, sublinhando ideias principais, para elaborar comentário partindo desta base; seguir indicações fornecidas (expandir considerações ao resto do capítulo, sustentar argumentação com exemplos de obras estudadas ao longo do semestre)

Tópicos a considerar para a elaboração do comentário
·      No parágrafo inicial de Art History, a autora apresenta a crença generalizada de que a arte constitui um universo “autónomo” (independente de fatores contextuais), para depois a desconstruir ao longo do capítulo
·      Elucidação de conceitos — “história” implica uma narrativa que adota certas linhas temáticas para garantir a sua coerência, é, pois, uma construção discursiva que legitima determinada mundivisão; o “cânone” não é neutro, antes político, propondo uma hierarquia valorativa, a partir dos conceitos operativos de “génio” e “obra prima” (vs. subversão paródica das fronteiras entre arte erudita e popular efetuada pelos artistas Pop, 1960s)
·      A produção, receção, validação crítica, valoração monetária (vide práticas especulativas década 1980s, ex. Jeff Koons) e circulação da arte devem ser estudadas tendo em conta variantes contextuais, segundo uma abordagem interdisciplinar
·      Os movimentos artísticos re/apresentam um modo de ver o mundo: a Ashcan School (1910s) propõe uma abordagem de pendor socialista e confere visibilidade ao corpo dos grupos sociais desprivilegiados e das massas urbanas; o trabalho documentário dos fotógrafos da FSA (1930s) pretende revelar a “verdadeira face da América”, no entanto apresenta apenas uma fatia populacional (os “white deserving poor”)
·      As práticas interpretativas estão sempre enraizadas num contexto histórico, pressupondo a interação dinâmica com diversas esferas dessa realidade situada — o processo da visão é cultural (vide J. Berger e N. Mirzoef) vs. abstração da “humanidade” e mito da neutralidade / objetividade, que corresponde ao ponto de vista hegemónico num dado contexto (vide WASPs nos EUA até décadas de 1960s/70s). É, pois, fulcral perguntar de onde se vê; ou seja, qual o posicionamento ocupado pelo sujeito que fala e os interesses que incorpora (vide coletivo “Occupy Your Museums”)
·      O cânone artístico dos EUA foi sendo constituído a partir de eixos políticos que excluíam determinadas categorias identitárias — em termos de género (vide receção da obra de G. O’Keeffe num contexto misógino, 1920-40s) ou de raça (vide empenho de J. Lawrence em inscrever visualmente a história silenciada da migração da comunidade afro-americana do Sul para o Norte dos EUA, na Migration Series, 1940-41)

Last chance to take a look at Iraq


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Barbara Kruger & Adrienne Rich


Barbara Kruger, Untitled (Are we having fun yet?), 1987.
 Collage38,5 x 30,5 cm
Kunsthaus Bregenz



 Barbara Kruger


Barbara Kruger (1945-), uma artista da “Picture Generation” com fortes interesses sociais, desenvolveu a sua carreira através de posters. As suas obras usam normalmente imagens recuperadas de outro contexto dos “mass media” e/ou frases do “senso comum”. As suas colagens desafiantes subvertem os discursos de identidade e das instituições de poder. Para além do seu sentido de humor, Kruger é também vista como uma activista, já que as suas obras são altamente convidativas a uma tomada de posição, através das interrogações incisivas e do uso provocador dos pronomes pessoais.
...

"An Unsaid word", Adrienne Rich

She who has power to call her man
From that estranged intensity
Where his mind forages alone,
Yet keeps her peace and leaves him free,
And when his thoughts to her return
Stands where he left her, still his own,
Knows this the hardest thing to learn.


"Boundary", Adrienne Rich

What has happened here will do
To bite the living world in two,
Half for me and half for you.
Here at last I fix a line
Severing the world's design
Too small to hold both yours and mine.
There's enormity in a hair
Enough to lead men not to share
Narrow confines of a sphere
But put an ocean or a fence
Between two opposite intents.
A hair would span the difference.


Adrienne Rich

 
Adrienne Rich (1929-2012) é uma das mais apreciadas autoras dos EUA do séc. XX. Famosa sobretudo pela sua poesia, Rich destacou-se pelo seu feminismo assertivo e activista. A autora conjuga com sucesso a dimensão psicológica e um tom de experiência íntima e vivida, levando-a para um universo político-social mais abrangente que denuncia a opressão da mulher em termos globais.

Relação obra/poemas
Tanto a colagem de Kruger como os poemas de Rich exploram a ideia da mulher num contexto de divisão, limites e sobretudo dependência. Na imagem vemos uma mulher só, que no entanto se exprime na primeira pessoa do plural ("we"). Esta mulher simboliza, em primeira instância, a busca de validação: ela não parece saber como se sente, ou como podemos adivinhar, como se deve sentir. Há uma clara discrepância entre a carga claramente dramática da fotografia e a leveza e "nonsense" da pergunta. A mulher da imagem vive, pois, estas tensões e parece estar cansada de esperar que a atenção do homem retorne para si.

Luísa

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Susan Rothenberg & Edgar Allan Poe

Raven, 2009-2010
Oil on canvas
87 1/2 x 75 1/8 inches (222,3 x 190,8 cm)
Private Collection

"The Raven" - E. A. Poe
"[...]
And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the plaid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamp-light o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!" 


Susan Rothenberg
A artista nasceu em Buffalo, Nova Iorque, em 1945. Frequentou a Cornell University e aí obteve um BFA (Bachelor of Fine Arts). Foi casada duas vezes, sendo o segundo marido o artista Bruce Nauman.
O seu trabalho começou a ganhar destaque no mundo artístico nos anos 1970, em Nova Iorque, onde na altura o estilo dominante era o minimalismo, fazendo com que as suas obras figurativas e de grandes dimensões sobressaíssem, em particular a série de quadros com cavalos. A partir da década de 1990, as obras de Rothenberg foram influenciadas pela sua mudança para Novo México, onde até hoje reside e tem o seu estúdio de trabalho. A mudança que se nota no trabalho da artista é devido ao facto de ter começado a pintar cenas inspiradas no seu quotidiano.


Edgar Allan Poe
O escritor nasceu a 19 de Janeiro de 1809, em Boston, Massachusetts, e faleceu a 7 de Outubro de 1849, em Baltimore, Maryland. Enquadra-se no período romântico e foi um dos primeiros escritores dos EUA a escrever contos. Começou por publicar poemas anónimos, como por exemplo Tamerlane and Other Poems. É apelidado/considerado o "pai da literatura moderna de terror".


Relação entre a obra e o poema
Começo pelo nome das duas obras: ambas com o título "Raven", devido à centralidade da figura do corvo. Rothenberg pode optado por usar a palavra "raven" em vez de "crow" (mais utilizada no dia-a-dia) para sublinhar uma ligação entre a sua obra e a de E. A. Poe. Ao analisar a estrofe que escolhi do poema (a última), encontro dois elos de ligação entre as duas obras. A primeira reside no verso "never flitting, still is sitting, still is sitting", que nos indica que o corvo não está em movimento nem a voar, a mesma ideia que se tem ao olhar para a obra de Rothenberg onde o pássaro se encontra em cima dos ramos, parado e a olhar para um possível horizonte fora do quadro. O segundo elo de ligação reside no terceiro verso ("And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming"), visto o corvo no quadro poder ser lido como ameaçador e/ou demoníaco (no poema o corvo é também apelidado "thing of evil"). 

Cumprimentos,
Mariana Lemos

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Robert Smithson & Augusto Curry


Robert Smithson (1930-1973) foi um artista e escritor americano, associado à "Land Art". Iniciou o seu trabalho artístico com pinturas e colagens, tendo depois focado o seu interesse na escultura.




Enquadrado no Conceptualismo e no Pós-Modernismo (movimento que surge na sequência do Expressionismo Abstracto e Minimalismo) dos anos 1960, expande a sua obra trasladando-a das galerias para a paisagem natural.




Em 1970, realiza o earthwork pelo qual é mais conhecido: Spiral Jetty.


Para a minha apresentação focar-me-ei na obra Mirror and Shelly Sand (1970).


Como ponte de ligação, proponho o texto visual "Pedras no Caminho" (que tem sido falsamente atribuído a Fernando Pessoa), da autoria de Augusto Cury.


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

Ligação entre o texto visual de Mirror and Shelly Sand e "Pedras no Caminho":

  • Auto-Reflexão (espelhos reflectem para dentro/o sujeito poético realiza uma introspecção)
  • Hetero-Reflexão (espelhos reflectem para fora/o sujeito poético refere críticas exteriores a si)
  • "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
    (uso de material detrítico para construir obras de grande escala, Land Art)
  • Construção e desconstrução da matéria por parte de Smithson/Construção e desconstrução do "eu"
Aprofundarei a análise dos temas aqui tocados aquando da apresentação na aula.
Espero que tenham gostado desta introdução e até amanhã,

Raul Barbosa 50563